Análise feita com auxílio de uma Inteligência Artificial (IA) e levando em consideração a terceira pesquisa realizada pelo Correio do Estado e o Instituto de Pesquisas de Mato Grosso do Sul (Ipems) sobre intenções de votos para o Senado, apontou que os pré-candidatos às duas vagas do Senado por Mato Grosso do Sul, o ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) e a ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), lideram o ranking dos que têm mais potencial de crescimento eleitoral até as eleições gerais do próximo ano no Estado.
No ranking, Azambuja aparece com 104% de potencial de crescimento, podendo dobrar a votação por causa da capilaridade que detém, enquanto Tebet vem em segundo, com 97%, tendo a possibilidade de crescer entre o eleitorado feminino e o moderado. Em seguida, aparecem o senador Nelsinho Trad (PSD), que tentará a reeleição, com 79% de potencial de crescimento sólido, porém, restrito a Campo Grande, e o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB), com 20%, pois, conforme a IA, ele já está no teto do eleitorado da direita, ficando impossibilitado de crescer mais.
No caso do ex-governador, a análise apontou que ele tem o maior potencial de crescimento, maior capacidade de montagem de palanque, eleitorado transversal (direita, centro e moderado) e baixa rejeição aparente (números fortes no 2º voto). Além disso, as principais forças que impulsionam o crescimento dele é o fato de aparecer forte no 1º voto (20,18%) e fortíssimo no 2º voto (16,97%), o que indica baixa rejeição. Azambuja também é o único com presença consolidada em todo o interior do Estado, onde estão 70% dos eleitores.
Do ponto de vista ideológico, ocupa um espaço moderado à direita, em que há mais eleitores disponíveis, pois, como ex-governador por dois mandatos, tem capital político, base de prefeitos e obras entregues. Também não sofre divisão severa no seu campo – não disputa o mesmo eleitor fiel do bolsonarismo, nem compete com o eleitor moderado de Simone. Portanto, é o pré-candidato com maior potencial de crescer e vencer a eleição.
Simone também tem alta capacidade de crescimento e quase nenhuma rejeição pública, sendo fortíssima no voto moderado, feminino e escolarizado, e tem melhor performance no 2º voto entre as mulheres. Ela ainda tem forças que ampliam seu crescimento: figura nacional, ministra, articulada e vista como gestora confiável. Outro ponto positivo é que Tebet tem 13,15% no 2º voto, número muito sólido, e, como ocupa o centro político, atrai eleitor não-radicalizado – o maior grupo hoje em Mato Grosso do Sul.
Além disso, o eleitorado feminino tende a crescer para ela após o início da campanha, porém, sua limitação é que o campo do centro é menor que o campo da direita no Estado. Sua força é distribuída, mas não explode em nenhum grande reduto (exceto Três Lagoas) e, por isso, tem o segundo maior potencial de crescimento, podendo surpreender se a disputa polarizada entre dois homens.
OS OUTROS DOIS
Com relação aos outros dois pré-candidatos, Nelsinho aparece em terceiro, porque tem um potencial moderado, concentrando sua força em Campo Grande (20,33% no 1º voto), do eleitor fiel do PSD e na baixa rejeição. Conforme a análise, as forças dele são: a grande presença em Campo Grande, que concentra a maior parte dos eleitores urbanos, o perfil moderado e o fato de ser muito conhecido, tendo baixo risco de rejeição.
Porém, suas limitações claras são: quase não crescer no interior, o que define a eleição ao Senado, não ocupar nenhuma faixa eleitoral “livre”, disputando moderados com Simone, estrutural com Azambuja e periferia conservadora com Contar. Já o Capitão Contar tem base fiel (bolsonarismo raiz), lidera o 1º voto (24,54%), mas é o que menos cresce entre os quatro, tendo desempenho baixo no 2º voto (apenas 6,16%) – sinal de alta rejeição oculta –, campo ideológico limitado (extrema direita) e eleitor homogêneo, mas pequeno para uma eleição de duas vagas.
As limitações do ex-deputado estadual e que prejudicam o seu crescimento são o fato de o eleitor da direita estar dividido entre Azambuja (direita moderada) e o deputado federal Marcos Pollon (direita radical), de a direita já ter o governador Eduardo Riedel (PP) como grande puxador de votos, o que tira sua hegemonia, e de não aparecer como segunda opção – isso destrói seu potencial de expansão.
