Pesquisas da ANP (Agência Nacional do Petróleo) revelam que, mesmo com o aumento da quantidade de etanol na gasolina, que passou de 27% para 30%, os preços nas bombas seguem inalterados nos postos de Campo Grande e do interior do Estado.
Quando do anúncio da medida, em meados de julho, o Governo Federal chegou a estimar que haveria queda de até R$ 0,20 no preço da gasolina. Especialistas do setor, porém, previram que esta redução chegaria, no máximo, a R$ 0,13.
A pesquisa da ANP feita em 23 postos de Campo Grande e disponibilizada no sábado (16), porém, mostra que o preço médio da gasolina está igual ao do fim de julho, R$ 5,76. Esse é o segundo menor preço entre todas as capitais, ficando atrás apenas de São Luís (MA), onde o valor médio está em R$ 5,69.
O mesmo ocorre com o preço médio em todo o Estado, que até este sábado (16) continua com os mesmos R$ 5,95 do final do mês passado.
Esta mesma pesquisa aponta que o menor preço nos postos de Campo Grande era de R$ 5,56 e, o maior, de R$ 5,99. A diferença de um posto para outro chega a R$ 0,43, ou 7,7%, evidenciando que compensa pesquisar antes de abastecer. Ao colocar 40 litros, a economia pode chegar a R$ 17,20.
Mas, ao contrário de Campo Grande, em outras 13 capitais o mesmo levantamento de preços apontou queda nos valores. Em nenhuma capital, porém, chegou aos R$ 0,13 previstos pelos especialistas. A queda mais significativa ocorreu em Belo Horizonte, de R$ 0,08.
Porém, pior que em Campo Grande, onde não ocorreu nenhuma queda de preço, estão os consumidores de sete capitais, nas quais ocorreu aumento. Ou seja, além de pagarem mais caro, os proprietários de veículos ainda conseguem rodar menos com o combustível, já que a adição de volume maior de etanol reduz o rendimento do motor.
E, por conta desse aumento, o valor médio da gasolina comum no Brasil está um centavo acima daquilo que estava há duas semanas, passando de R$ 6,19 para R$ 6,20.
Em tese, a adição de mais etanol à gasolina deveria ter levado à redução do preço final do combustível devido ao menor custo de produção do etanol e da menor carga tributária incidente sobre o combustível renovável.
No fim de maio, quando a Petrobras reduziu o preço da gasolina em R$ 0,17 e previu queda de R$ 0,12 ao consumidor, os donos de postos de Campo Grande, assim como em boa parte do país, também “se esqueceram” de repassar a queda ao consumidor.
Antes daquele anúncio da Petrobras, o preço médio nos postos de Campo Grande estava em R$ 5,84. Hoje, dois meses e meio depois, recuou para R$ 5,76, o que significa apenas R$ 0,08, em média, conforme mostra a pesquisa da ANP. Ou seja, até agora aquela redução ainda não foi repassada aos consumidores.