Em razão do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à carne bovina produzida no Brasil, o professor de Economia, Eugênio da Silva Pavão, que o consumo interno da proteína deve aumentar e, em consequência, o valor final do produto deve cair
Para ele, o setor da carne bovina, que já exportou U$ 282 milhões neste ano (42,1% do total anual de MS para os EUA), é o que mais poderá sentir o impacto. Questionado sobre a viabilidade de exportar para os EUA, o professor acredita que a busca por parte das autoridades estaduais de novos mercado-alvo dificilmente complementará a queda da demanda dos Estados Unidos.
Segundo Eugênio Pavão, isso pode levar a um aumento da oferta no mercado interno e, consequentemente, a uma “queda dos preços” para o consumidor local. “Inicialmente terá queda dos preços internos (pequena porcentagem), devido ao aumento da oferta interna, posteriormente, se conquistarem novos e maiores mercados, a oferta interna deve reduzir e os preços subirão novamente, até um novo equilíbrio de mercado”, explicou.
Questionada se haveria um cenário de risco para o setor produtivo brasileiro, ele alertou sobre a preocupação de que setores sejam afetados de forma secundária. “Se [Trump] não conseguir os resultados esperados das tarifas atuais (percentual e número de produtos), corremos o risco de ter novos impactos nos setores ‘poupados’ (minérios, celulose, etc), afetando a economia brasileira, os empregos e até mesmo as plantas industriais, que podem se deslocar para o país do Norte”, disse.
De acordo com o professor, há três possíveis cenários para a celeuma atual: a manutenção da instabilidade atual; o acirramento dos ânimos entre Brasil e Estados Unidos, com ampliação da guerra tarifária; ou uma reação internacional, com melhores resultados para o Brasil e outras economias. Ele, no entanto, ressalta que estes cenários levam em conta a “racionalidade econômica, o que não está acontecendo neste início do tarifaço”, concluiu. Com informações do site Midiamax