Após dois meses da morte de Jorge Rafaat, autoridades não se entendem sobre segurança

A situação crítica em termos de segurança pública na área da fronteira seca entre o Paraguai e o Brasil, agravada com o assassinato do traficante Jorge Rafaat Toumani, levaram os membros do conselho do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA) a questionar o governo do presidente Horacio Cartes e a exigir a demissão de três ministros – Francisco de Vargas (Interior), Antonio Barrios (Saúde) e Ramón Jiménez Gaona (Obras Públicas e Comunicações) – e do comandante da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), Críspulo Sotelo.

O pedido foi durante reunião realizada em Concepción e conduzida pelo presidente do PLRA, Efrain Alegre, juntamente com deputado Dionisio Amarilla, com o vice-presidente do partido, José “Pakova” Ledesma, com o tesoureiro Salyn Buzarquis e com Eusebio Ramon Ayala. Alegre disse que o país está em uma “situação crítica” em termos de segurança, especialmente na área de fronteira com a falta de resposta do governo.

Ele citou como exemplos o assassinato do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani e dos prefeitos de Bella Vista Norte e Tacuatí, além da tentativa de assassinato do candidato liberal Yuty Nelson Vera Villar. O presidente do PLRA lembrou também daqueles que são sequestrados pelo EPP (Exército do Povo Paraguaio. “Essa é a realidade do país, mas devemos exigir resultados”, cobrou.

Buzarquis, por sua vez, disse que no atual governo os grupos criminosos estão perpetrando mais ataques e sequestros do que antes. Enquanto isso, o senador Luis Wagner falou da corrupção prevalecente na Polícia e De Vargas disse que o ministro não é liberal. “De Vargas nunca trabalhou para o Partido Liberal, não está registrado como um liberal e um liberal não pode trabalhar para um governo de narcopolíticos”, destacou.

Victor Rios também em seu discurso fez críticas ao governo e incluiu o ministro da Saúde, Antonio Barrios, na lista de pedidos de demissão. Modesto Guggiari pediu a demissão completa do ministro das Obras Públicas, Ramón Jiménez Gaona, que foi aprovado.