A situação é simples. Preso no presídio. Não é assim que funcionaria com qualquer pessoa desse mundo?
Parece que para o desembargador Manoel Mendes Carli não funciona bem assim.
Ontem ele negou pedido de transferência da ex-primeira-dama Andreia Olarte, da delegacia do Garras (Grupo Armado de Resgate e Repressão a Assaltos e Sequestro) para o presídio feminino de Campo Grande. A justificativa foi que não se tratava de um caso de “urgência” para ser decidido em expediente de plantão.
Então para que serve o plantão?
Claro que é de urgência. Ela tem dado trabalho dentro da delegacia, ocupando efetivo que deveria estar na investigação de crimes para “paparicá-la”.
Não é desembargador?
O magistrado explicou que sua assessoria entrou em contato com o Garras, onde foi informado que existem duas celas no local, uma masculina e outra feminina e que a ex-primeira dama poderia ficar com outra detenta, já que não foi demonstrado qualquer possibilidade de lesão grave ou risco a sua integridade física.
Por esta razão, não haveria “urgência” na transferência e que o pedido retornaria para a Secretaria Judiciária, já que o assunto “fugia da matéria de plantão”. O advogado João Carlos Veiga Júnior, que faz a defesa da ex-primeira dama, havia declarado que faria o pedido por não haver cela disponível a sua cliente.
Este foi o argumento usado no recurso, que pedia a transferência a um local mais adequado, já que segundo a defesa, a delegacia do Garras não cumpria esta prerrogativa.
Desde quado foi presa, no dia 15 de agosto, Andreia Olarte já foi duas vezes ao hospital, a última foi ontem (20), quando apresentou um quadro de úlcera e hipertensão. Ela passou por uma bateria de exames e foi liberada nesta manhã (21), voltando para o Garras.
Andreia foi presa após operação Pecúnia, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que investiga os crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa, contra a ex-primeira dama, o ex-prefeito Gilmar Olarte, (PP), além do empresário Evandro Simões e o corretor Ivamil Rodrigues.
A investigação começou após dados obtidos com a quebra de sigilo bancário de Andréia Olarte, assim como de sua empresa (Casa da Esteticista), onde ela adquiriu vários imóveis na Capital, na época em que o marido era prefeito, tendo alguns bens em nome de terceiros. Com infos Cgnews.