Ex-diretor diz na CPI do Ônibus que faltam fiscais e que cumpriu TAG. Falta é coragem de falar a verdade!

Para ex-diretor, falta de concurso público faz que com que Agetran envelheça - Gerson Oliveira/Correio do Estado

Durante a oitiva realizada ontem (19) pela CPI do Ônibus, aberta pela Câmara Municipal para investigar o transporte coletivo urbano de Campo Grande, o ex-diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine de Lima Bruno, acompanhado de sua advogada, que esteve à frente da agência entre 2017 e 2024, defendeu os avanços obtidos em sua gestão e rebateu questionamentos sobre possíveis descumprimentos do TAG (Termo de Ajustamento de Gestão), assinado entre o Município, o MPE (Ministério Público Estadual) e o TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) no ano de 2020.

Sobre o TAG, Janine afirmou que “o TAG veio para expor falhas e propor melhorias. Sempre fomos parceiros do Ministério Público e do Tribunal de Contas. O TAG foi benéfico para todos”. Questionado pelo vereador Júnior Coringa sobre cláusulas não cumpridas — como a criação do Plano de Auditoria Técnica e Operacional —, ele alegou que os prazos foram afetados pela pandemia e que “as cláusulas que cabem à Agetran no TAG foram cumpridas”.

Ao longo da oitiva, o ex-diretor destacou ainda a renovação da frota — com a aquisição de 254 novos veículos durante sua gestão — e a implantação do Centro de Controle Integrado de Mobilidade Urbana. “O sistema não falha. Sabemos de tudo que acontece 24h. Foi um ganho imenso para a cidade”, afirmou.

Ao ser questionado sobre a forma que era feita a fiscalização em sua gestão, Janine afirmou que são os agentes de trânsito os responsáveis por essa questão. Porém, o número de agentes é insuficiente para fiscalizar com qualidade a cidade.

O presidente da CPI, vereador Dr. Livio (União Brasil), comunicou que a comissão pretende realizar vistorias nas próximas semanas. “Estamos elaborando um plano de inspeções e vistorias. Visitas em terminais serão responsabilidade do vereador Maicon Nogueira, e em garagens serão responsabilidade da vereadora Luiza Ribeiro.

As informações obtidas nessas inspeções serão disponibilizadas para elaboração do relatório. Também está configurado que há pelo menos 197 veículos que não deveriam estar circulando em Campo Grande, com idade acima do limite prudencial. Essa CPI vai se debruçar para apurar esses fatos”, revelou.

A comissão segue com os trabalhos nesta quarta-feira (21), quando será ouvido o ex-diretor da Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande), Odilon de Oliveira Júnior, a partir das 14h, no plenarinho Edroim Reverdito.