A promotora de Justiça Suzi D´Angelo, denunciou por homicídio culposo o empresário Arthur Torres Rodrigues Navarro, 33 anos, que conduzia o Porsche Cayenne, avaliado em R$ 1,2 milhão, pelo atropelamento e morte do motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira, 39 anos, na noite de 22 de março deste ano, na Rua Antônio Marica Coelho, em Campo Grande (MS).
Segundo a denúncia, ele não prestou socorro à vítima e estava a 89,4 km/h no momento em que atropelou a vítima e, por isso, foi denunciado pelo artigo 305 do Código de Trânsito Brasileiro. Pelo artigo, o dono do BadaBar também se afastou do condutor do veículo para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe pudesse ser atribuída.
A denúncia já foi protocolada e será avaliada pela juíza Eucélia Moreira Cabral, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande. O advogado André Borges, que integra a defesa do empresário juntamente com Lucas Rosa, disse que, agora, “finalmente terá a oportunidade de se valer de um sagrado mandamento constitucional, a todos garantido: se defender, amplamente”.
Entenda o caso
A vítima sofreu fratura exposta de tíbia e fíbula, com lesões extensas, sangramento e sofreu choque hemorrágico. Ainda conseguiu mandar áudio para a esposa, pedindo socorro. “Vem ligeiro, vida. Acabou com minha perna, acabou”. O rapaz morreu no hospital, no dia 24 de março, à 1h10, aos 39 anos.
No dia 30 de agosto deste ano, a titular da 3ª DP (Delegacia de Polícia), Priscilla Anuda Quarti anexou relatório de investigação final, em que aponta a responsabilidade de Navarro na morte de Hudson Ferreira, identificado a partir de imagens e informações apuradas que levaram ao endereço do empresário.
Navarro foi formalmente indiciado no dia 4 de abril, mas só se apresentou à Polícia Civil no dia seguinte. Em depoimento à delegada, disse que, no dia do acidente, passava pela Rua Antônio Maria Coelho, a caminho de casa, quando viu um motociclista saindo do prédio e atravessando todas as faixas. Diz que desviou da moto, indo para o lado direito e achou que não encostou no veículo.
Ele diz que deixou funcionário, para quem dava carona, na porta do prédio. No dia seguinte, segundo ele, este rapaz relatou que viu um motociclista sendo socorrido na via por onde tinha passado. O empresário alega que só soube da morte de Hudson Ferreira na outra semana.
“Questionado acerca da preocupação em efetuar o conserto e não em buscar notícias e informações da situação de saúde da vítima, Arthur Torres Rodrigues Navarro se contradisse afirmando que ‘não teve preocupação em razão da pequena avaria verificada em seu carro, bem como não imaginou que poderia ter sido algo grave’, mas que após tomar conhecimento do óbito da vítima ‘se sentiu péssimo e disposto a contribuir com o que for possível’”, conta no relatório final da Polícia Civil.
Laudo pericial apontou que o Porsche estava a 89,4 km/h, em velocidade acima do permitido na rua, que é de 40 km/h. Em agosto, a juíza Eucélia Moreira Cassal suspendeu a CNH (Carteira Nacional de Habilitação). A decisão da suspensão da carteira de habilitação foi tomada levando em consideração que o acidente não é um fato isolado, já que Arthur já foi réu em outro processo de acidente de trânsito em 2014. Com informações do site Campo Grande News