Preso desde o dia 27 de setembro de 2019 e já condenado anteriormente a 54 anos de prisão, o empresário Jamil Name Filho, o “Jamilzinho”, pegou mais 15 anos de cadeia pela morte do também empresário Marcel Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”, executado em 18 de outubro de 2018 em um bar na região central de Campo Grande a mando do réu.
Com mais essa condenação, a soma das penas de Jamilzinho já chegam a 69 anos de cadeia. Além do empresário, os jurados também condenaram os ex-guardas municipais Marcelo Rios e Rafael Antunes. O primeiro foi condenado a 15 anos em regime fechado e o segundo a 2,5 anos em regime aberto, enquanto o quarto réu, o policial federal Everaldo Monteiro de Assis, pegou a pena de 8 anos e 4 meses.
Jamilzinho participou do júri por videoconferência direto do Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde está desde novembro de 2019. Ele já havia sido condenado pelo assassinato por engano do acadêmico de Direito Matheus Xavier, em julho do ano passado, a 23,5 anos de prisão, e tem outras três condenações por crimes descobertos pela Operação Omertà.
Marcelo Rios cumpre pena no mesmo presídio, mas participou presencialmente do júri que começou na segunda-feira (16) e terminou às 02h05 de hoje (19). A previsão é de que seja levado de volta ao mesmo presídio, onde também já cumpre pena pela morte de Matheus Xavier e por outros três crimes.
Rafael Antunes, que atualmente está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, poderá recorrer em regime aberto, o mesmo acontece com o policial federal. Os debates entre a acusação e defesa só acabaram quando já passava da zero hora de hoje. Depois disso, o juiz esvaziou o plenário para se reunir com os sete jurados e somente à 01h40 a sessão foi retomada.
Conforme tese acatada pelo júri popular, Marcel Hernandes Colombo foi executado pelo pistoleiro Juanil Miranda, que está foragido, a mando de Jamilzinho, enquanto os outros três condenados atuaram como intermediários para contratação do pistoleiro e ocultação de provas.
De acordo com a denúncia, Jamilzinho encomendou a morte do “Playboy da Mansão” porque, há cerca de dois anos antes, foi agredido pela vítima em uma casa noturna da região central de Campo Grande. Desde aquela agressão, conforme a investigação, o réu pretendia matar o rapaz, mas não recebia autorização do pai, Jamil Name, que também foi preso em setembro de 2019 e acabou morrendo aos 82 anos no presídio federal em junho de 2021, vítima de Covid-19.
No entanto, depois de o “Playboy da Mansão” divulgar áudios fazendo chacotas com a Família Name, o pai liberou o filho para que matasse o desafeto, conforme concluiu a investigação e conforme acataram os jurados.
A investigação sobre o assassinato estava prestes a ser arquivada, mas a descoberta de um arsenal com fuzis, pistolas e espingardas em uma casa no Bairro Monte Líbano, em Campo Grande, fez a Polícia Civil, que não tinha provas, ligar Jamilzinho ao crime, embora houvessem suspeitas desde o dia do assassinato. Cerca de quatro meses depois da descoberta do arsenal, Jamil Name e o filho foram presos e não saíram mais da cadeia.