O juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, anulou a doação de uma área de 24 hectares feita pelo Governo do Estado para a construção do novo parque de exposições de Campo Grande depois que a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) abandonou o projeto social de equoterapia.
A doação do imóvel de 242 mil m² ao lado do Autódromo Internacional da Capital, na saída para Três Lagoas, ocorreu em julho de 2013, na gestão do governador André Puccinelli (MDB). Na época, o presidente da entidade era o pecuarista Francisco Maia, o Chico Maia, que procurava uma saída para o impasse criado com a interdição do Parque de Exposições Laucídio Coelho em decorrência da falta de licenciamento ambiental.
O MPE (Ministério Público Estadual) conseguiu liminar na Justiça para interditar o local e impedir a realização da Expogrande, a maior e mais tradicional feira agropecuária de Campo Grande. A batalha jurídica prossegue até hoje e a última Expogrande ocorreu no Shopping Bosque dos Ipês devido à proibição de realização de shows pela Justiça.
Só que a tentativa de encontrar uma solução para o problema fracassou novamente. Inicialmente, o Governo do Estado cedeu o imóvel a utilização pela Acrissul, que prometeu construir baias para provas e ganho de peso, mangueiros, tatersal, espaço para shows e rodeios. No entanto, a falta de uso social levou o MPE a questionar a doação feita pelo Estado.
A Acrissul decidiu incluir no contrato o programa de equoterapia, realizado em parceria com a UCDB, que já tinha acabado em 2015. E pior, as atividades eram executadas no Parque Laucídio Coelho e não no imóvel doado pelo Governo do Estado. Abandonado, o loteamento estava tomado pelo matagal e sem qualquer benfeitoria.
Com a anulação do negócio, o Governo do Estado retomará o imóvel e poderá dar a ele uma finalidade social. A Acrissul reúne os produtores rurais do Estado, inclusive os maiores, e ainda conta com o arrendamento do espaço para a rede de atacarejo Assaí. Ou seja, tem condições de comprar um espaço e construir o novo parque de exposições, sem recorrer a dinheiro público. Com informações do site O Jacaré