Seria cômico, se não fosse uma vergonha! Explico: o agora ex-vereador Ademir Santana (PSDB), que teve de deixar o cargo para o titular João César Mattogrosso (PSDB) assumir, conseguiu, antes de sair, aprovar na Câmara Municipal de Campo Grande o Projeto de Lei que cria como Dia Municipal do Flashback, Passinho, Discotecário, Promoters e Clubes da Época para ser celebrado em 29 de agosto a partir deste ano.
Como vergonha não se passa sozinho, o “nobre” ex-parlamentar conseguiu arrastar para o balaio os colegas da Casa Leis, que aprovaram essa aberração. Para piorar o quadro, que já era feio e agora ficou horrível, a prefeita Adriane Barbosa Nogueira Lopes (Patriota) decidiu sancionar, tornando Lei Municipal o disparate de Ademir Santana, que, felizmente para a população campo-grandense, já vai tarde da Câmara Municipal.
Na prática, tanto o Legislativo, quanto o Executivo municipal terceirizaram a vergonha, pois, o primeiro poderia ter arquivado o projeto de lei, enquanto o segundo poderia vetar, já que os vereadores embarcaram nesse tema, repassando a vergonha alheia para os pais da criança. E, se realmente a Câmara Municipal quisesse ratificar essa coisa grotesca, derrubaria o veto da prefeita, assumindo sozinha a paternidade.
Para agravar ainda mais a vergonha alheia, a justificativa do ex-vereador para apresentar um projeto de lei tão esdrúxulo é bem pior: a data de 29 de agosto é o aniversário de Michael Jackson e, como o parlamentar é fã do “Rei do Pop”, definiu esse dia para celebrar. Além disso, ele trabalhou com uma empresa de som e já dançou em vários eventos de flashback na cidade.
O certo é que Ademir Santana apresentou o projeto de lei, a Câmara de Vereadores aprovou e a prefeita sancionou, envergonhando a população de Campo Grande, que deve virar notícia nacional por causa da nova lei municipal. Afinal, a Capital não tem problemas, é um paraíso na Terra, uma cidade sem buracos nas vias, sem postos de saúde lotados e sem médicos, sem favelas, etc.
Essa vergonha virou Lei e fica tudo bem, pois estamos em época de crise econômica, inflação alta, a maior em mais de 20 anos e o Santana nem aí…