Os empresários Fahd Jamil, 79 anos, e Jamil Name, 83 anos, conseguiram a primeira vitória de ambos frente à Justiça em relação aos crimes de execuções aos quais ambos são acusados pelo MPE (Ministério Público Estadual). De acordo com o site O Jacaré, o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, negou pedido de prisão preventiva de Fahd Jamil e de Jamil Name pelo assassinato do ex-chefe da segurança da Assembleia Legislativa, o sargento PM Ilson Martins Figueiredo, ocorrido em 11 de junho de 2019 na Avenida Guaicurus, em Campo Grande (MS).
No despacho, o magistrado negou ainda o pedido de prisão de Flávio Correia Jamil Georges, Melciades Aldana, Jamil Name Filho, Juanil Miranda Lima e Marcelo Rios. Ele deixa claro que poderá voltar a analisar a imposição de medidas cautelares em outra ocasião, pois, de acordo com o MPE, Jamil Name e Fahd Jamil decidiram se unir para vingar a morte do filho do empresário da fronteira, Daniel Alvarez Georges, que despareceu em maio de 2011 dentro de um shopping na Capital.
A denúncia ainda inclui três intermediários: Melcíades Aldano, 46 anos, mais conhecido como “Mariscal”, o guarda municipal Marcelo Rios, 43 anos, e o ex-guarda municipal Juanil Miranda Lima, 43 anos. Eles teriam contratado os pistoleiros e definido o roteiro da execução, sendo que o Garras confirmou que Mariscal refez o trajeto de Figueiredo no dia anterior do crime.
Ilson Martins Figueiredo estaria envolvido na morte de Daniel Georges junto com o empresário Cláudio Rodrigues de Souza, mais conhecido como “Meia Água”, e Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o famoso “Betão”, que foi o último a ser executado. Meia Água foi metralhado no dia 18 de setembro de 2015 em Jandira, interior de São Paulo, enquanto Betão foi executado a tiros e queimado no dia 21 de abril de 2016 em Bela Vista (MS).
Além da condenação dos sete por homicídio doloso, com os agravantes de motivo torpe e de ter dificultado a defesa da vítima, os promotores querem a reparação dos danos causados pelo assassinato e o pagamento de indenização por danos morais. Esta é a terceira denúncia formalizada contra o Jamil Name, que deverá ir ao primeiro júri popular no dia 28 deste mês pelo assassinato do estudante universitário Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, filho do capitão PM Paulo Xavier, ocorrido em 9 de abril do ano passado.
Ele virou réu pela segunda vez pela execução do empresário Marcel Hernandes Colombo, mais conhecido como “Playboy da Mansão”, ocorrido em outubro de 2018 em um bar na Avenida Fernando Corrêa da Costa, na Capital. A morte de Ilson Martins Figueiredo, que era responsável pela segurança dos 24 deputados estaduais, é a primeira denúncia por homicídio contra Fahd Jamil, conhecido por décadas com o “rei da fronteira”.
Ele está foragido desde 18 de junho deste ano, quando foi deflagrada a terceira fase da “Operação Omertà”. O empresário é réu por tráfico de armas e organização criminosa e por obstruir a investigação de Ilson Martins, no qual teria pago R$ 100 mil ao delegado Márcio Obara, conforme a denúncia do MPE.
Nesta sexta-feira, o juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, negou dois pedidos de conversão de prisão preventiva em domiciliar feitos por Jamil Name. Preso desde 27 de setembro do ano passado, o empresário vai ficar na Penitenciária Federal de Mossoró até outubro de 2023, conforme decisão do juiz Mário José Esbalqueiro, da 1ª Vara de Execução Penal. O desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques, da 2ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), negou o pedido para suspender a decisão do juiz. Agora, a turma analisará o pedido na próxima terça-feira.