Fontes do submundo do tráfico de armas e drogas na região da fronteira entre o Paraguai e o Brasil confirmam o narcotraficante brasileiro Sergio de Arruda Quintiliano Neto, mais conhecido como “Minotauro”, declarou guerra aos familiares do também narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, que está preso no Brasil desde o ano passado.
Supostamente, Minotauro entende que, com a morte dos familiares de Pavão, ninguém será capaz de reviver a estrutura deixada pelo ex-chefão, que foi extraditado para o Brasil, onde deve cumprir pelo menos mais duas décadas de confinamento.
Nesta semana, o alvo foi o sobrinho de Pavão, Pedro Giménez da Luz, que milagrosamente sobreviveu ao ataque ordenado por Minotauro. Mas na “lista negra” do narcotraficante estão outros nomes, como o primo de Pedro e também o sobrinho de Jarvis, Jonathan Giménez Grance, de 36 anos.
De fato, este foi o que assistiu seu primo após o ataque realizado em Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira com Ponta Porã (MS). Outros “marcados” para morrer seriam Kleiton Chimenes Larson, 31, que também é sobrinho de Jarvis, e Luan Pavão, 32 anos, um dos nove filhos do narcotraficante internacional que ficou preso por oito anos no Paraguai.
A Polícia Nacional do Paraguai e a Polícia Federal e Civil do Brasil já lidam com esses dados e sabem que o ataque desta semana terá consequências imediatas em ambos os lados da fronteira. Os investigadores confirmaram que o ataque estava dentro da estrutura de uma guerra declarada entre as facções de criminosos que buscam controlar o maior corredor de drogas e armas entre o Paraguai e o Brasil.
O atentado
As quatro pessoas que foram feridas no ataque feroz registrado na última terça-feira (4) no coração de Pedro Juan Caballero estão estáveis e em recuperação. O alvo do ataque foi o jovem Pedro Giménez da Luz, 24 anos, que também possui documentos de identidade paraguaios. Ele é um dos sobrinhos do narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão, atualmente detido no Brasil, após oito anos de prisão em nosso país pelo crime de lavagem de dinheiro.
Pedro Giménez da Luz estava na direção da caminhonete blindada Ford F150 Raptor preto, com placa OBA 016, registrada em nome do brasileiro Anderson dos Santos Rosa, 43 anos. No mesmo veículo estavam Carmelo Escobar e Edward Martinez, que seriam os guarda-costas do jovem. Este último foi atingido por alguns tiros que perfuraram o blindado, assim como um menino de 9 anos que estavam de passagem pelo local do ataque com a sua família e uma mulher que estava em uma motocicleta.
O atentado aconteceu pouco depois das 18 horas de terça-feira quando o veículo da vítima estava passando pela Rua Coronel Martinez e, pouco antes de chegar ao cruzamento com a Rua General Diaz, foi atingido por um grupo de homens armados que viajava em dois veículos. Os pistoleiros usavam rifles de assalto para metralhar a caminhonete onde estava o sobrinho de Pavão e depois fugiram do local.