Jedão afirma que mesmo após sua demissão o dinheiro continuou sumindo na vara do Juizão

O ex-diretor de secretaria da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Jedeão de Oliveira, primo do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, candidato a governador pelo PDT, jogou por terra nesta sexta-feira (26), durante entrevista à FM Educativa UCDB, toda a história contada pelo seu ex-chefe a respeito do sumiço de mais de R$ 11 milhões apreendidos de traficantes e que ficavam nos cofres do órgão federal.

Segundo Jedeão de Oliveira, ao contrário do que está afirmando o Juizão, mais dinheiro sumiu da 3ª Vara Federal, mesmo depois de sua demissão sob a acusação de que seria o responsável pelo ato criminoso. Ele garantiu que outros valores elevados voltaram a sumir dos cofres do órgão público depois que ele deixou o cargo, desmentindo Odilon de Oliveira, que o acusa de ser o único responsável pelo crime.

Durante entrevista ao radialista Paulo Yafuso, Jedeão disse ter informações de que há registro de uma nova acusação injusta envolvendo outro funcionário e que o juiz Odilon de Oliveira ainda não tinha se aposentado. “Ele (Odilon) não é tudo isso que fala”, disparou o ex-diretor, que é primo do juiz aposentado e hoje candidato ao Governo de Mato Grosso do Sul.

Envolvido em um processo sobre o desaparecimento de R$ 11 milhões dos cofres da 3ª Vara Federal, Jedeão voltou a dizer, na entrevista, que resolveu registrar documento em um cartório no interior de São Paulo apenas para se proteger, uma vez que estaria recebendo ameaças. Na entrevista anterior ao jornal Folha de São Paulo, Jedeão acusou o magistrado de venda de sentenças e negociada para beneficiar traficante e de “arapongagem” (grampo telefônico clandestino) contra pessoas que desconfiava praticar atos ilícitos.

Jedeão foi funcionário de confiança do juiz por cerca de 20 anos. Demitido em junho de 2016, Jedeão tentou negociar acordo de delação premiada, mas a proposta foi rejeitada pelo MPF (Ministério Público Federal). O depoimento do ex-diretor da 3ª Vara Federal, contudo, resultou na abertura de investigação contra Odilon de Oliveira. Em nota, o ex-juiz informou que considera que o MPF apenas ratificou pedido feito por ele mesmo para que fosse investigado a respeito das acusações do seu ex-assessor.

Debates

Durante os debates de televisão tanto no primeiro quanto no segundo turno das eleições para governador, o juiz federal aposentado sempre demonstrou irritação ao ser questionado sobre o sumido do dinheiro pelos seus adversários políticos. No primeiro turno, ele foi perguntado sobre o caso pelo candidato do PV, Marcelo Bluma, mas preferiu colocar a culpa em seu primo, o qual chama de “bandido”.

No último debate do segundo turno, realizado pela TV Morena, afiliada da Rede Globo, Odilon reagiu, atacando o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), “requentando” uma ação contra o tucano arquivada esta semana pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Porém, hoje, o primo destruiu os argumentos apresentados pelo Juizão.

 

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