Desde 3 de maio deste ano a Interpol emitiu o “código vermelho”, seu maior nível de alerta internacional, para a prisão do doleiro brasileiro Dario Messer, que é procurado pela Justiça do Brasil e Justiça do Paraguai pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, corrupção ativa e passiva e evasão de moeda corrente. Essa verdadeira “caçada” humana é realizada simultaneamente em 192 países membros espalhados pelo planeta, mas, passados dois meses, ainda não surtiu o efeito desejado.
Para quem não sabe, a Interpol – Organização Internacional de Polícia Criminal – é um instrumento de cooperação das polícias de diversos países membros surgida em Viena, Áustria, em 1923, por iniciativa do chefe da polícia vienense Johannes Schober. Sua primeira designação foi de Comissão Internacional de Polícia Criminal, sendo posteriormente adotada a denominação atual, no ano de 1956. Atualmente a organização está sediada na cidade de Lyon, França, e é composta por 192 países membros.
Além da emissão do “código vermelho” contra Dario Messer, o juiz paraguaio Miguel Tadeo Fernandez, cansado de esperar pela apresentação voluntária do “irmão espiritual” do presidente Horacio Cartes, reforçou o mandado de prisão para contribuir com a operação de captura desencadeada pela Interpol no país vizinho, onde supostamente o doleiro estaria escondido.
O mesmo magistrado aceitou, no dia 13 de junho, o pedido de extradição para o Brasil na eventualidade de Dario Messer ser preso no Paraguai. Uma vez detido, Messer será convocado para uma audiência de identificação e, no mesmo dia, a prisão será decretada, sendo que o país solicitante do pedido de extradição, no caso o Brasil, o receberá em um prazo de 45 a 60 dias.
No Brasil, a prisão do doleiro brasileiro foi requerida pela 7ª Vara da Justiça Federal, localizada no Estado do Rio de Janeiro, pela suposta prática de atos de organização criminosa, corrupção ativa e passiva de lavagem de dinheiro e evasão de moeda.
“Dario Messer está sendo investigado pela integração de uma organização criminosa juntamente com outros operadores e funcionários para a lavagem de dinheiro ilegal derivado de corrupção através de operações ilegais, compra e venda de cabos de dólar-dólar. Essas operações foram realizadas no período 2009-2017 entre o Brasil e bancos de outros países. A quantidade de títulos ilegalmente operados pelos investigadores é estimada em US$ 24 milhões”, diz parte do pedido de extradição enviado pelo Brasil.
No Paraguai, também está em andamento contra ele um processo paralelo de lavagem de dinheiro sob a jurisprudência do juiz Humberto Otazú. Além de Dario Messer, o processo envolve outras pessoas, incluindo seu filho, Dan Wolf Messer.