Juiz aceita denúncia do MPE e acusados de matar médico em Dourados viram réus e vão a julgamento

O juiz Ricardo da Mata Reis aceitou a denúncia feita pelo MPE (Ministério Público Estadual) e Bruna Nathália de Paiva, Gustavo Teixeira, Kevin Rangel Barbosa e Guilherme Augusto Santana viraram réus pela morte do médico Gabriel Paschoal Rossi, morto mês passado, em Dourados (MS), por causa de uma dívida de R$ 500 mil.

Agora, os quatro réus vão enfrentar julgamento no Tribunal do Júri pelos crimes de homicídio qualificado consumado, tortura e furto qualificado. De acordo com o MPE, o crime foi cometido mediante dissimulação e usando recursos que dificultaram a defesa da vítima, já que o médico foi atraído para uma emboscada e foi torturado durante longo período, além de ter sido deixado agonizando para morrer.

Ainda conforme o MPE, a investigação deixou claro que Gustavo Teixeira, Kevin Rangel e Guilherme Santana agiram a mando de Bruna de Paiva, pois, supostamente, ela teria contratado o trio e pago R$ 50 mil a cada um para que matassem Gabriel Rossi.

Relembre o caso

O médico Gabriel Rossi foi encontrado em uma casa na periferia de Dourados para onde foi atraído, já que tinha sido chamado por Bruna de Paiva. De acordo com as investigações, ele teria morrido por asfixia, possivelmente causada por estrangulamento.

No mesmo dia, o médico teria sido torturado com armas de choque. Na época do crime, a Polícia Civil afirmou que a mandante do crime foi Bruna de Paiva, que conheceu Gabriel Rossi durante a Faculdade de Medicina e o aliciou para que entrasse em um esquema de estelionato que usava cartão de crédito para sacar benefícios de pessoas mortas.

Por causa dos golpes, a dupla ficou com uma dívida de R$ 500 mil e o médico estaria ameaçando entregar todo esquema à Polícia caso ela não pagasse esse valor. Então, Bruna de Paiva contratou os três outros réus e simulou uma situação para atrair o médico para o local do crime.

O desaparecimento foi registrado pela família apenas no dia 2 agosto, mas Gabriel Rossi foi visto pela última vez no dia 28 de julho, quando saiu do plantão no hospital em que trabalhava. O corpo foi encontrado quatro dias após o seu desaparecimento em uma casa.

A Polícia Civil chegou ao local após uma vizinha ligar, pois estava desconfiada de um carro que já estava estacionado no local há dias. A investigação avançou porque, apesar de estar morto e ter as redes sociais desativadas, familiares e amigos de Gabriel Rossi ainda recebiam mensagens nas quais os criminosos os extorquiam.