Ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-vereador de Campo Grande e ex-governador por dois mandatos, Zeca do PT ainda é o político com maior densidade eleitoral no partido e vem pontuando em torno de 10% nas pesquisas. Ele decidiu retornar à política para garantir palanque para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é pré-candidato do partido à Presidência da República no pleito de outubro.
No entanto, o plano do ex-governador depende do ministro Benedito Gonçalves, relator do recurso no STJ. O advogado Ronaldo Franco está confiante que o magistrado leve o processo a julgamento e acate o pedido de Zeca do PT a tempo das eleições deste ano. O petista afirmou que está tranquilo com a situação.
Sobre a possibilidade de não ser candidato, ele se compara ao seu principal adversário em décadas passadas, o ex-governador André Puccinelli (MDB). “(Estou) com a mesma expectativa que o André”, afirmou, sobre o emedebista, que vem trabalhando para disputar a sucessão estadual pela 3ª vez.
Puccinelli foi condenado por improbidade administrativa e teve os direitos políticos suspensos por cinco anos pela Justiça Federal. No entanto, o emedebista não é considerado ficha suja porque a lei só proíbe a candidatura de candidatos condenados por órgãos colegiados ou em segunda instância.
Zeca do PT se livrou de praticamente todas as denúncias decorrentes da Farra da Publicidade, como ficou conhecido o escândalo deflagrado a partir das revelações feitas pela ex-secretária Ivanete Leite Martins. No entanto, em uma ação de improbidade, a turma do TJMS, capitaneada pelo desembargador Sérgio Martins, acatou pedido do MPE (Ministério Público Estadual) e julgou procedente a denúncia, condenando Zeca do PT por improbidade administrativa.
Esse processo quase impediu a candidatura do ex-governador ao Senado em 2018, mas ele acabou sendo salvo por uma liminar concedida pelo desembargador Claudionor Miguel Abss Duarte. A 3ª Câmara Cível retomou o julgamento e acabou mantendo a condenação de Zeca pelo placar de 3 a 2.
Há polêmica no voto do desembargador Vladimir Abreu da Silva, que teria julgado um dos processos de improbidade contra o petista e se declarou impedido no julgamento em segunda instância. No entanto, ele acabou tendo o voto contabilizado em meio a uma das sessões mais tensas e polêmicas da corte. Agora, o ex-governador petista corre contra o tempo para obter o aval da Justiça a tempo de construir o palanque.