Um sonho possível? MS precisa ter 60% da população vacinada para voltar tudo ao normal

Os especialistas das organizações internacionais e pesquisadores sugerem que é necessário que a imunização contra a Covid-19 tenha alcançado ao menos 60% da população para começar a ter um controle da pandemia. Porém, tudo depende da eficácia das vacinas e do tempo de proteção de cada imunizante, que varia conforme o laboratório.

Em Mato Grosso do Sul, por enquanto, pouco mais de 18% da população já foi vacinada contra o vírus, ou seja, ainda faltam cerca de 42% dos habitantes do Estado para chegar ao percentual recomendado.

Para a infectologista e consultora da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) e COE (Centro de Operações de Emergência), Mariana Croda, é necessário ter ações coordenadas, principalmente uma coordenação nacional baseada em dados científicos, planejamento ancorado em perspectivas epidemiológicas e suporte social.

No Brasil, desde o início da pandemia, organizações internacionais criticam o governo de Jair Bolsonaro pela falta de ações e de agilidade na tomada de decisões para enfrentamento do vírus. Nesta semana, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, determinou que o Senado instaure uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar a responsabilidade do governo federal no combate à Covid-19.

Enquanto não há políticas públicas mais claras e certeiras, os especialistas alertam que os pilares para obter os melhores resultados no enfrentamento da pandemia são: comunicação eficaz, vigilância com rastreamento e monitoramento e testagem, assistência à saúde acessível e de qualidade. Quanto às medidas de prevenção: distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos.

Exemplo internacional

Já na Oceania, mais precisamente na Nova Zelândia e Austrália, está tudo dentro do previsto. O calendário de shows e eventos na Nova Zelândia estão a todo vapor, enquanto na Austrália não há mais exigência do uso de máscara, graças ao rastreamento efetivo de contaminados.

Porém, o que ambos têm em comum é que são ilhas, o que facilita no bloqueio da entrada de pessoas de outros países que não estejam adotando medidas tão efetivas. Por exemplo, Mato Grosso do Sul tem fronteira com Bolívia e Paraguai, com circulação diária grande de pessoas entre os dois países. Isso facilita a circulação do vírus nessas áreas.

Além disso, esses países foram muito rígidos em relação às regras indicadas por especialistas para conter o vírus. Na Nova Zelândia, por exemplo, 460 pessoas foram condenadas por quebrar restrições contra a Covid-19 e, dessas, quase 20%, ou 85 pessoas, foram presas.

Exemplos no combate à pandemia, esses países adotaram lockdowns rigorosos e fronteiras fechadas. Somente no mês passado uma cooperação permitiu a ‘bolha de viagem’ entre a Nova Zelândia e Austrália. Com informações do site Midiamax