Tribunal do Trabalho de MS banca viagem particular de desembargador a Orlando nos EUA, ao lado da Disney

Em tempos de fiscalização de gastos públicos e de vigilância redobrada sobre as despesas do Poder Judiciário, eis que o TRT/MS (Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso do Sul) dá uma bola fora e autoriza o desembargador do Trabalho Amaury Rodrigues Pinto Junior, diretor da Escola Judicial do Tribunal do Trabalho, a participar do Congresso JuriSports nos dias 26 e 27 de março em Orlando, na Flórida, Estados Unidos, com todas as despesas pagas, incluindo as diárias, pelo respeitado órgão.

Pois é, enquanto os trabalhadores estão brigando para garantir o pão nosso de cada dia, o TRT/MS banca a ida do desembargador do Trabalho para o exterior, mais precisamente para onde fica a Disney, a terra do Mickey Mouse, com dinheiro do contribuinte. Esse país está mesmo virando uma bagunça e ninguém mais é sério mesmo, tanto que esse verdadeiro absurdo foi votado na última sessão do Tribunal Pleno do TRT/MS, realizada no dia 9 de março, na sexta-feira passada.

Trata-se do Ato nº 92/2018, assinado pelo presidente do TRT/MS, desembargador do Trabalho João de Deus Gomes de Souza, que, no uso de suas atribuições legais e regimentais e por ‘ad referendum’ do Tribunal Pleno, autorizou o afastamento do colega Amaury Rodrigues Pinto Junior para participar do evento em Orlando. Ele ainda autorizou a emissão de passagens aéreas internacionais e o pagamento de quatro diárias integrais internacionais, relativos ao período de 25 de março a 28 de março deste ano em favor do magistrado, bem como suspender os prazos judicantes no período de 26 a 28 de março.

A alegação do desembargador do Trabalho João de Deus Gomes de Souza para permitir a ida do colega para a terra de Mickey Mouse com todas as despesas pagas pelo TRT/MS mais diárias internacionais é que Amaury Rodrigues Pinto Junior é membro integrante da Academia Nacional de Direito Desportivo e presidente de uma das mesas de debates do evento. Ou seja, trata-se de um evento particular e sem qualquer relação com a função que exerce, mesmo assim o magistrado foi autorizado a participar, deixando seus afazeres no órgão suspensos, e ainda será bancado pelo Tribunal Regional do Trabalho.

Indignado com a falta de respeito com o dinheiro público, ainda mais partindo do Poder Judiciário, que, em tese, deveria zelar pelos direitos dos cidadãos, o Blog do Nélio levantou, quanto custará, mais ou menos, essa extravagância e descobriu que não sai por menos de R$ 15 mil, isso se o desembargador for econômico. Para agravar ainda mais a situação, o nobre desembargador do Trabalho, que deveria dar o exemplo em tempos de crise moral e ética no Brasil, principalmente no Poder Judiciário, marcado por ter os salários mais altos do País, fora os “penduricalhos”, tem a pretensão de ir para o TST (Tribunal Superior do Trabalho) e já até teria feito a inscrição para o cargo de ministro.

Se no TRT/MS ele já se beneficia do dinheiro do contribuinte, imagina quando chegar à instância superior e virar ministro do TST?