Tretas do Trutis! Após ser desmascarado pela PF, deputado agora vai enfrentar ética na Câmara

A semana que se inicia na próxima segunda-feira (23) será decisiva para a manutenção ou não do mandato do deputado federal Loester Trutis (PSL/MS), mais conhecido como “Tio Trutis”. Preso pela Polícia Federal por porte de arma de uso restrito, disparos de arma de fogo em via pública e falsa comunicação de crime de atentado, a Corregedoria da Câmara dos Deputados lhe dará cinco dias úteis para que ele se manifeste sobre o inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

O corregedor da Casa de Leis, deputado federal Paulo Bergston (PTB/PA), aguarda apenas essa defesa do Tio Trutis para dar prosseguimento no caso, já que o STF já comunicou à Câmara dos Deputados na semana passada sobre a situação do “nobre” parlamentar sul-mato-grossense. A investigação deriva da “Operação Tracker”, desenvolvida no dia 12 de novembro pela PF para cumprir mandados de busca e apreensão em 10 endereços ligados ao parlamentar da “Bancada da Bala”.

Conforme a Polícia Federal relatou ao STF para pedir autorização para realizar as buscas, Tio Trutis forjou atentado em fevereiro deste ano, em rodovia de Campo Grande, na saída para Sidrolândia. Além disso, arquitetou esquema para ter acesso a armas por meio de laranjas, já que tem impeditivo legal para isso.

Declaração do próprio parlamentar informou à PF que ele responde a processo por violência doméstica e por isso não pode registrar armas em seu nome. No dia da operação, Tio Trutis acabou preso por estar com material bélico para o qual não possui autorização, em sua casa em Campo Grande.

Ele foi solto horas depois, beneficiado pela imunidade parlamentar, que impede a prisão de parlamentares por crimes afiançáveis. Agora, o “nobre” parlamentar segue respondendo ao procedimento investigatório policial e, também, a julgamento da Câmara dos Deputados.

Tio Trutis terá cinco dias úteis para apresentar defesa e, depois, a Corregedoria da Câmara dos Deputados terá mais um tempo para fazer o parecer, pedindo ou não a abertura de processo contra o deputado federal. A Casa de Leis ainda não tem conhecimento dos autos, mas essa é a praxe em casos do tipo, sendo que o julgamento na Câmara tem teor político.

O objetivo é definir se houve ou não quebra de decoro parlamentar. Pelas regras, “Tio Trutis” corre risco até de perder o mandato. Conforme o tipo de representação, cabe desde reprimenda, suspensão de mandato por até seis meses, ou a perda de mandato.

A Corregedoria faz um parecer, que vai para a Mesa Diretora, responsável por encaminhar ou não ao Conselho de Ética, que também dá sua palavra.  Nas duas fases, o andamento pode ser o arquivamento. O julgamento final é no plenário, ou seja, o futuro de Trutis como deputado federal está nas mãos dos colegas da Câmara Federal.

Na atual legislatura, ele é o quarto parlamentar a enfrentar esse risco. A mais recente é Flordelis, a parlamentar do PSD do Rio de Janeiro acusada de mandar matar o marido. O processo dela não foi concluído ainda. Tio Trutis só se pronunciou sobre as acusações até agora em vídeos nas redes sociais. Atacou a imprensa, disse que suas armas são legais, e até negou ter sido preso.

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