Tragédia anunciada: Registrado mais de 200 mortes violentas em 8 meses na fronteira com Paraguai

Levantamento realizado pela Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) revela que nos últimos 8 meses foram registradas quase 200 mortes violentas na região de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

De janeiro a agosto, 192 pessoas perderam a vida em crimes violentos, sendo 187 de crimes de homicídios e 5 foram latrocínios. Além disso, também na região de fronteira, 73 pessoas morreram no trânsito, conforme o levantamento da Sejusp.

Ainda segundo o levantamento, a maior parte dos crimes está relacionada com o tráfico de drogas controlado por organizações criminosas como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho).

Entre os crimes mais emblemáticos deste ano aconteceu no dia 6 de março, quando o policial civil Wescley Dias Vasconcelos, 37 anos, foi assassinado a tiros, na frente da casa onde morava, em Ponta Porã. Ele foi atingido por pelo menos 30 tiros de fuzil AK 47 dentro do carro.

O crime, segundo as autoridades, foi em resposta a atuação do agente contra facção criminosa PCC que atua na fronteira. No dia 19 de agosto, Sérgio Cristaldo, 21 anos, foi morto com um tiro na cabeça, na região central de Bela Vista.

Ele estava com a namorada no momento do crime, quando dois suspeitos em uma moto o abordaram e o executaram. O outro foi da Erika de Lima Corte, 29 anos, estudante de Medicina, que foi assassinada com 19 facadas na quitinete onde morava com uma amiga em Ponta Porã.

A jovem era moradora de Barra do Garças (MT) e, segundo a polícia, teria sido torturada e estuprada antes de morrer. O suspeito, Cristopher Irala, 27 anos, foi preso no Paraguai e pode ter executado outra estudante na região.

Os irmãos Rodney Campos dos Santos, 27 anos, e Edinei Bruno Ortiz Amorim, 20 anos, estão desaparecidos desde o dia 12 de agosto de 2017. A última aparição deles foi durante uma abordagem de policiais do DOF, registrada por imagens de câmeras de segurança de um posto de gasolina em Ponta Porã.

Os agentes abordaram a dupla, que estava em um Gol preto, revistaram e colocaram no camburão. Porém, os militares alegam que instantes depois liberaram os irmãos. O carro foi encontrado no mesmo dia abandonado do lado paraguaio com o boné e os tênis de Rodney no banco traseiro. Os irmãos nunca mais foram vistos.

Infelizmente, a tendência é que essa estatística só aumente até o fim deste ano para desespero dos moradores das cidades fronteiriças. A esperança é de que a situação melhore, mas, por enquanto, está bem difícil.