Traficantes ‘aquáticos’ que enviavam toneladas de drogas para o Brasil tinha ex-militar, policial e fiscal

Os agentes especiais da Unidade de Investigações Sensíveis (SIU) da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) desarticulou, na tarde ontem (01), uma rede de traficantes que enviou toneladas de maconha para o Brasil em lanchas que cruzaram o Rio Paraná. O grupo criminoso, que tinha como base a cidade de Salto del Guairá, tinha como integrantes um ex-militar, um ex-policial e até um auxiliar fiscal.

Durante a megaoperação foram presos o ex-oficial da Marinha do Paraguai, Jorge Daniel Zorrilla Vera, 42 anos, e o ex-suboficial da Polícia do Paraguai, Miguel Angel Torres Ramirez, 32 anos, bem como Derlis Nicolas Aguero Ramirez, 30 anos, Cristian Mancuello Ferreira, 35 anos, e Orlando dos Santos Fernández, 56 anos, que seria um mecânico de barco. Além disso, com os traficantes foram apreendidos 15.968 quilos de maconha prensada, rifles, metralhadoras, pistolas e munições.

Sob a supervisão dos promotores de Justiça  a operação foi nas instalações de um transportador localizado atrás da alfândega na área do porto de balsas, a 650 metros do Rio Paraná, em Salto Del Guairá, capital do Departamento de Canindeyú, na fronteira com o Brasil. A propriedade pertence ao ex-oficial da Marinha Jorge Daniel Zorrilla Vera, que já estava sendo investigado por um ano quando foram interceptadas várias de suas comunicações revelando como fazia o tráfico fluvial para o Brasil através de lanchas.

Pai e filho

Ainda durante a operação, também foram presos Flaviano Giménez, 46 anos, e o seu filho, Flavio Júnior Gimenez Spaini, 23 anos, que aparentemente eram responsáveis por coletar os carregamentos de maconha dos centros de produção e fazê-los chegar em veículos até o depósito do ex-marinheiro para posterior embarque. A foi preso Wilberto Fariña Báez, 31 anos.

Outra equipe de investigação invadiu a sede do Ministério Público de Salto del Guaira, onde foram presos Wilson Gauto Campuzano, 33 anos, que trabalhou na unidade de combate ao tráfico de drogas, e o fiscal Vicente Rodriguez. Segundo os investigadores, o assistente fiscal vazou para os narcotraficantes todas as operações que seriam realizadas, como forma de proteger o funcionamento da organização. Outros dois ex-policiais, Rubén Cáceres e Darío Cáceres, também estão sendo alvos.