Traficante brasileiro que agia na fronteira pagaria R$ 2 milhões paga fugir de Bangu 1

Um suposto plano para resgatar um dos maiores traficantes da América do Sul preso em Bangu 1, no Rio de Janeiro, estava sendo tramado. Elton Leonel Rumich da Silva, mais conhecido como “Galã”, que está no presídio desde 2018, pretendia pagar R$ 2 milhões para sair pela porta da frente do penitenciária, segundo informações recebidos pela Secretaria de Administração Penitenciária Fluminense (SEAP).

Por conta desta suspeita, a SEAP solicitou à Justiça do Rio de Janeiro a transferência de Galã para um presídio federal fora do Estado do Rio de Janeiro. Em 2 de dezembro de 2019, a Vara de Execuções Penais, após a oitiva do Ministério Público Estadual (MPE), deferiu o pedido formulado pela pasta e autorizou a remoção cautelar e emergencial do detento para unidade a ser indicada pelo Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) que, no caso, decidiu-se por Mossoró, no Rio Grande do Norte.

De acordo com a Justiça, há indícios de que o Galã é “o criminoso mais procurado da América Latina, considerado um dos principais fornecedores de drogas e armas do Paraguai para as maiores organizações criminosas do Brasil”: o “Comando Vermelho (CV)” e o “Primeiro Comando da Capital (PCC)”. Agências de inteligência do Estado do Rio de Janeiro classificaram Elton com nível de altíssima periculosidade sua liderança continuaria sendo exercida de dentro da Bangu 1.

Segundo investigações, Galã se estruturou para dominar com exclusividade o tráfico de drogas e armas pela rota do Paraguai. Chegou a se cogitar que ele teria planejado o assassinato do narcotraficante paraguaio Jorge Rafaat Toumani, conhecido como “Rei da Fronteira”, em julho de 2016. Ele dominava o tráfico de drogas e armas em Ponta Porã (MS) e em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

Atualmente, de acordo com a Polícia, o principal fornecedor de drogas para o CV continuaria sendo Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que utilizaria a rota do tráfico de drogas via Bolívia ou via Colômbia. Com a morte de Rafaat, Elton teria ficado com o monopólio da rota do tráfico de drogas e armas via Paraguai.

A Justiça informou que chegou a ocorrer abertura inquérito administrativo em face do então diretor de Bangu 1 para apuração de supostas irregularidades envolvendo o tempo de custódia de Elton na unidade. Quando da prisão de Galã em 2018, ele constava na lista de difusão vermelha da International Criminal Police Organization (INTERPOL), com alerta expedido devido a mandado de prisão emitida pela Justiça do Paraguai.

Extrato produzido pela Divisão de Inteligência do Ministério Público informou que o criminoso possui um modus operandi bastante violento, o que, aliado a sua grande capacidade de articulação e arregimentação de pessoas e armamentos fazem de alguém com estimado e grande prestigio no seio das organizações criminosas que atuam no território brasileiro.