Será que a Câmara tomou chá de coragem? Demorou mas CPI do Táxi começa a andar ainda bem devagar

A omissão da Câmara de Vereadores de Campo Grande parece que começa a mudar, não graças aos antigos integrantes, mas devido a mobilização de um dos novos nomes da Casa de Leis, o vereador Vinicius Siqueira (DEM).

Contra a “determinação velada” do prefeito Marquito Trad (PSD), o vereador  protocolou na sessão da semana passada, mais precisamente no dia 11 de abril, o pedido para instauração da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Taxi. Assinaram o documento, 19 vereadores e agora a Casa tem, de acordo com o regimento interno, 48 horas para se manifestar e formar a Comissão.

A decisão proposta é pautada na denúncia de que muitos alvarás de permissão de exploração dos serviços de táxi estariam concentrados com determinadas pessoas ou grupos familiares. No começo do mês passado, foi pedido, junto à Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), a listagem completa com os nomes de cada um dos permissionários do serviço público.

Com a lista em mãos, foi possível observar que muitas permissões estão concentradas nas mãos de poucas pessoas. Dos 490 alvarás concedidos pelo poder público, 15,5% estão concentrados nas mãos de apenas dez pessoas e, somente um destes detentores, chega a possuir 29 permissões.

Também chama a atenção o grande número de mulheres titulares de alvarás, embora não seja comum que elas sejam avistadas na prática da atividade. Depois de instaurada, a CPI vai investigar se as permissões foram corretamente destinadas e qual o motivo que teria levado a concentração de tantas autorizações para determinadas pessoas ou grupo familiares.

A Comissão terá o prazo para funcionamento de 120 dias, conforme prevê o regimento interno da Casa. Também assinaram o documento em favor da CPI os vereadores Willian Maksoud, Ademir Santana, Valdir Gomes, Dharleng Campos, Betinho, Odilon de Oliveira Junior, Júnior Longo, Papy, Enfermeira Cida, Otávio Trad, André Salineiro, Veterinário Francisco, Lucas de Lima, Antônio Cruz, Gilmar da Cruz, Cazuza, Eduardo Romero e Wilson Sami.