Senador paraguaio faz declaração bombástica contra o PCC e acaba tendo sua rádio explodida

Foto ABC Collor

O atentado à rádio Amambay 570 AM, localizada na cidade de Pedro Juan Caballero e que pertence ao presidente do Congresso do Paraguai, senador Robert Acevedo, e ao prefeito José Carlos Acevedo, na noite de sexta-feira (9), deixando pelo menos duas pessoas feridas, foi em represália às declarações pelo senador a respeito do grupo criminoso brasileiro PCC (Primeiro Comando da Capital) a respeito do assassinado do narcotraficante Jorge Rafaat Tounami.

De acordo com o irmão do senador e prefeito José Carlos Acevedo, os autores do atentado deixaram uma bolsa com um cartucho de fuzil calibre .50 e uma mensagem para a família dele dizendo que os próximos serão eles. “Essa é mais uma ameaça”, declarou.

O atentado

Segundo as autoridades paraguaias, a explosão aconteceu por volta das 20h40 de sexta e estavam dentro da emissora a radialista Patricia Ayala acompanhada pelo seu entrevistado Raimndo Fariña, além do operador de som. Os dois primeiros ficaram feridos e foram levados para o hospital particular San Lucas, de Pedro Juan Caballero, enquanto  o terceiro nada sofreu.

 Ainda de acordo com testemunhas ouvidas pela Polícia, na hora do atentado foi vista uma caminhonete da marca Toyota, modelo Hilux, de cor prata, de onde, supostamente, teria partido a granada arremessada contra a emissora. Logo após a explosão, a caminhonete teria tomado o destino do território brasileiro, mais precisamente para a cidade de Ponta Porã (MS).

 O circuito interno de segurança da rádio teria flagrado homens descendo da caminhonete para jogar a granada dentro da emissora. Trata-se do terceiro atentado a bomba que sofre a Rádio Amambay 570 AM.

A locutora Patricia Ayala, que teve ferimentos leves, comemorou o fato de escapar viva do atentado. “Tinham passados apenas 20 minutos do início do meu programa e eu estava entrevistando o médico Raimundo Fariña, que falava sobre os cuidados com os pés. Em um determinado momento, escutamos um ruído no teto e pensamos que fossem os abacates que caem regularmente sobre o telhado da emissora. Porém, dois segundos depois, escutamos uma explosão e caíram sobre as nossas cabeças pedaços do telhado”, detalhou.

 Em decorrência da explosão, ela e o entrevistado tiveram alguns cortes em ambas as mãos, na cabeça e no peito, sendo que o operador de som saiu ileso. “Acho estranho esse atendado, pois nunca recebi qualquer tipo de ameaça. Além disso, o meu programa aborda temas amenos”, afirmou, lamentando que a cidade de Pedro Juan Caballero viva um momento de tanta violência.