Sem Plano Diretor e sem chamar concursados, Câmara retorna do recesso como antes. Uma inércia total!

As duas semanas de recesso não foram suficientes para que os vereadores de Campo Grande retornassem às atividades parlamentares mais animados. Na primeira sessão realizada após às “férias de julho”, nada mudou e os “nobres” edis apenas replicaram os mesmos discursos do início deste ano.

Para variar, o destaque, obviamente, é concluir a reforma do prédio localizado na Avenida Ricardo Brandão, deixando em segundo plano a votação do Plano Diretor e a convocação dos 70 aprovados no concurso público realizado no ano passado. Outra novidade é que 18 dos 29 vereadores vão disputar vagas de deputado estadual ou federal.

Questionado pela imprensa sobre quando será votado o Plano Diretor, o presidente da Casa de Leis, vereador João Rocha (PSDB), limitou-se a informar que deve ser no fim deste mês. “O Plano Diretor está sendo encaminhado com o relator para que a gente possa fazer a compilação de todas as instituições organizadas, como a dos vereadores, para o relator concluir o seu relatório, e neste mês de agosto a gente vai colocar em votação”, assegurou.

A respeito da convocação dos aprovados no concurso público, ele também prometeu para este mês. Porém, o foco da Mesa Diretora é a reforma do prédio ocupado pela Casa de Leis. Com seis meses de atraso e previsão de ser concluída somente no fim deste ano, a estrutura continua incompleta, com fios soltos pelo teto inteiro, poeira, pedaços inacabados e espaços vazios, como se tivessem recebido intervenções recentes.

 

A obra deveria ser entregue pela Age Comercial Ltda. no fim de fevereiro. No entanto, as alterações que preveem garantir a acessibilidade e as mudanças de gabinetes no valor de R$ 3.157.739,74 devem durar mais quatro meses. “Esse aqui é um prédio velho e, à medida que foi mexendo, foram aparecendo outros problemas que a gente teve que resolver. Tem um monte de coisa pendurada aí. Creio que até o fim do ano esteja terminada”, garantiu Rocha.

 

Enquanto isso, parte dos servidores dos setores da instituição continua no imóvel ao lado do prédio do Legislativo, que custa R$ 21.500,00 de aluguel ao mês. O imóvel alugado pertence à empresa Progresso Empreendimentos e Participações, que também era proprietária do atual prédio da Câmara, desapropriado pela prefeitura em 2014.

 

No “puxadinho”, já foram gastos R$ 52 mil só com energia e R$ 9.674,73 com IPTU, ou seja, o anexo gerou gastos a mais com a reforma que está prestes a completar um ano. Já para o planejamento de projetos arquitetônicos, layout de interiores e mobiliário, bem como assessoramento da estrutura em reforma, foram gastos R$ 147.350,00.