Rafael Vallér está depondo nesta tarde (20) sobre o caso de droga no motel que matou jovem veterinária

O empresário Rafael Vallér, 30 anos, filho do dono do jornal O Estado MS, Jaime Vallér, está depondo nesta tarde ao delegado Ricardo Bernadinelle, da 3ª Delegacia de Polícia Civil, localizada no Bairro Carandá Bosque, em Campo Grande (MS), que só vai se apresentar na próxima segunda-feira (20).

Rafael Vallér abandou o local onde a sua acompanhante, a médica-veterinária Izabelle Cristovam Coutinho, de 29 anos, morreu na noite de quinta-feira (16) após um surto provocado, provavelmente, pelo consumo de cocaína dentro de um quarto de motel localizado na saída para Três Lagoas (MS), na Capital, onde estava com o empresário.

Segundo informações obtidas junto à Polícia Civil, o advogado do filho do dono do jornal O Estado MS tinha avisado que o cliente se apresentaria ontem (17), mas, no fim da tarde entrou novamente em contato com o delegado Ricardo Bernadinelle para remarcar a apresentação.

De acordo com fontes da Polícia Civil, Rafael Vallér levou para o motel a médica-veterinária Izabelle Coutinho, que morreu na BR-262, depois de sair em surto do local, rastejava no asfalto, gritando o tempo todo e espumando pela boca, segundo testemunhas do ocorrido.

As pessoas que tentaram ajudar a jovem relataram que ela saiu correndo de dentro do estabelecimento. Ela estava acompanhada do empresário, que é filho do dono do Grupo Qualidade, que tem fazendas, curtume e o jornal O Estado MS. Ainda de acordo com as testemunhas, Rafael Vallér tentou colocar a moça para dentro da caminhonete que conduzia, uma VW Amarock, mas diante das circunstância acelerou e foi embora do local, abandonada a moça, que veio a falecer.

Ela morreu depois da confusão que provocou ao entrar entre o pneu e o eixo de um caminhão que estava parado no acostamento, próximo ao cruzamento com a Avenida Doutor Paulo Adolfo Bernardo, na região do Jardim Noroeste. O motorista do caminhão relatou à Polícia que viu a jovem vindo em sua direção e conseguiu frear, evitando o atropelamento.

Quando as equipes de salvamento chegaram ao local ela já estava morta. A principal tese da Polícia é que a veterinária tenha sido vítima de overdose, por causa dos sintomas – agitação extrema, confusão mental, pupilas dilatadas. Uma dona de casa, de 34 anos, que preferiu não se identificar, conta que tentou conter a vítima.

“Comecei a ouvir os gritos dela dentro do motel. Ela dizia que o homem iria matar ela e então ela saiu correndo para fora. Eu fiquei preocupada e vim tentar ajudar”, contou ao site Campo Grande News. Ainda segundo a moradora, a vítima estava visivelmente descontrolada. “Eu pedia para ela se levantar, dizia que ia ficar tudo bem, mas ela falava que a mãe dela não podia ver ela daquele jeito”, conta.

O empresário Rafael Vallér também teria tentado ajudar a controlar a mulher antes de fugir. “Ele dizia que ela ia acabar com a vida dele até que em determinado momento ele jogou as coisas dela na rua e foi embora”, completa a moradora. Ainda conforme a testemunha, foi nesta hora que a veterinária atravessou a rodovia e foi até o caminhão que estava parado. Pessoas tentaram retirar a vítima, mas ela se negou a sair debaixo do caminhão.

Um advogado do empresário esteve na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento) do Centro durante a madrugada e prometeu que o cliente se apresentaria para prestar esclarecimentos ainda na sexta-feira, mas isso não aconteceu. A equipe que esteve no quarto do motel contou à reportagem que não havia sinais de violência – o quarto estava arrumado –, mas que resquícios de substância que parece ser cocaína foram encontrados no local.

No estabelecimento, a informação é que apenas o proprietário pode falar sobre o assunto, mas funcionária não quis repassar o telefone dele. A reportagem tentou contato com o advogado do empresário, ligou no curtume de propriedade da família e a informação é que ele está viajando. Um recado também foi deixado na caixa postal do celular dele.