Radiografia da falta de identidade: vereadores abandonados na véspera do feriado em rota de colisão

A sessão ordinária da última quinta-feira (20) na Câmara Municipal, teve um pitoresco bate boca, entre o vereador André Luis Sanches Salineiro (PSDB) e o vereador Carlos Augusto Borges – Carlão (PSB).

Tudo porque o vereador André Salineiro não conseguiu que a mesa diretora da Casa de Leis redigisse e colocasse em votação um ofício solicitando informações sobre alguns convênios da Prefeitura, pois grande parte dos legisladores já haviam se ausentado do plenário antes do encerramento da sessão. Com isso o quórum mínimo para votação ficou prejudicado.

O tucano, então, pediu que a mesa convocasse os vereadores, que pudessem estar em seus gabinetes, de volta, argumentando que a sessão ainda não havia acabado.

A fala de André Salineiro irritou o 1º secretário da mesa, vereador Carlão Borges (PSB), que chamou a atenção do colega. Justificando que os vereadores também realizam atendimentos nos gabinetes e até fora da Casa de Leis, e que não havia projetos na pauta de votação, além do requerimento do vereador Salineiro.

Carlão então bradou para Salineiro: “Votar hoje ou terça-feira não vai mudar o prazo de resposta. Não vai fazer diferença para Campo Grande. E convocar os vereadores para retornar é papel da mesa diretora”. Em seguida pediu que o vereador tucano cuidasse do próprio mandato.

André Salineiro então rebateu “pedi para a mesa chamar”. Quanto a necessidade de enviar o ofício, Salineiro esclareceu que há um mês enviou requerimento ao Executivo pedindo cópias do contrato e convênios celebrados com a Solurb e como o JBS S/A, porém até agora não recebeu resposta.

Agora o vereador André Salineiro quer que a mesa diretora refaça o pedido de documentos através ofício. Ele argumenta que os convênios firmados com a JBS movimentam valores milionários que ele quer detalhar. Com relação ao contrato com a Solurb, ele argumenta que há denúncias de fraude no processo de licitação.

No entanto, mesmo com o pedido de convocação nenhum parlamentar retornou para o Plenário, e com apenas 10 vereadores presentes não houve quórum suficiente para realizar votação.

Os envolvidos nessa discussão são, um policial federal que foi o vereador mais bem votado na última eleição, e um vereador denunciado na operação Coffee Break, onde também figura como investigado o empresário João Amorim, que é sogro de um dos donos da Solurb.

Além disso, o ausentamento da maioria dos vereadores do Plenário, antes do fim da sessão de quinta-feira (20), indica que o feriado prolongado pode ter iniciado mais cedo para alguns fujões.