Quem te viu, quem te vê: de partido do Poder a caloteiro na Justiça do Trabalho

No passado não muito distante, o PT tinha como principal bandeira a defesa dos trabalhadores, como o próprio nome da legenda deixa bem claro sempre capitaneado pelo grande líder Zeca do PT’. No entanto, em Campo Grande (MS), a história não é bem assim e a sigla, que outrora gostava de ir para as ruas para garantir os direitos dos trabalhadores, agora faz justamente o contrário, tendo de responder na Justiça do Trabalho o descumprimento de leis trabalhistas.

Nesta semana, esse calote do PT de Mato Grosso do Sul teve mais um capítulo na Justiça com os oito ex-funcionários ganhando ação trabalhista movida contra o partido na 7ª Vara da Justiça do Trabalho de Campo Grande. Após demitir sem justa causa e, ainda, não pagar os direitos trabalhistas, o PT terá agora de quitar com multa tudo que deve aos seis demitidos que entraram na Justiça contra a sigla.

No acordo, foi estipulado que Lucas Heliot Cavalcante Evangelista Penha deverá receber, a partir de terça-feira (6), R$ 15 mil, divididos em duas parcelas de R$ 7,5 mil, com multa de R$ 477 por atraso. Além disso, foi determinado, ainda, o recolhimento integral do FGTS do período, incluindo a multa rescisória, a vencer em agosto deste ano.

Agora, os outros demitidos também terão seus casos julgados pela Justiça do Trabalho, mas apenas a partir de junho deste ano. O impasse vivido pelos ex-funcionários já dura sete meses. Eles foram demitidos sem justa causa, no dia 3 de julho de 2017, pelo presidente-regional do PT, o deputado federal José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT.

Um mês depois da demissão, no dia 22 de agosto do ano passado, os demitidos do PT tiveram audiência de conciliação com advogado do partido, que, na época, rejeitou qualquer tipo de acordo. Agora, por ser ano eleitoral, os ex-funcionários esperam que as pendências financeiras sejam todas resolvidas. Segundo eles, o valor a ser pago é “irrisório” diante da receita da legenda com o Fundo Eleitoral.