Que vírus é esse? Mandetta contrata empresas que doaram R$ 700 mil para sua campanha. Pode?

Estava demorando para surgirem suspeitas sobre o trabalho do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que é sul-mato-grossense nessa campanha contra  pandemia do coronavírus.

A Uol revelou que ele contratou duas empresas de um dos maiores doadores da campanha eleitoral para deputado federal do Estado em 2014. O grupo chegou a ser alvo de operação da Polícia Federal por venda superfaturada à Prefeitura de Campo Grande em 2013.

Mandetta chamou a Prosanis Indústria e Comércio fornecer avental para o SUS (Sistema Único de Saúde). A contratação foi feita sem licitação com base na lei que declarou emergência em decorrência do surto epidêmico da Covid-19.

A Prosanis pertence a Aurélio Nogueira Costa, que também é dono da Cirumed Comércio Ltda. As duas empresas ficam em Campo Grande. A empresa é uma das principais doadoras eleitorais do democrata.

Em 2010, quando Mandetta foi candidato a deputado federal pela primeira vez, o grupo doou R$ 50 mil em dois cheques, conforme a prestação de contas feita à Justiça Eleitoral. Em 2014, quando ele disputou pela última vez, a Cirumed doou mais R$ 94 mil.

A compra é de aventais tamanho G, com tiras para fixação, manga longa, punho malha, impermeável e esterilizada.

Em nota, a pasta informou que a disposição de compra dos aventais foi publicada no Diário Oficial da União do dia 28 de fevereiro deste ano e que a Prosanis e mais duas empresas enviaram propostas de preço. Uma delas, segundo a pasta, desistiu de participar. A outra, de acordo com a tabela apresentada pela pasta, apresentou um preço acima do valor médio do mercado, R$ 17,49 de R$ 12,87.

A pandemia do coronavírus já conta com 621 casos confirmados no Brasil, com sete mortes. Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou nove casos, sendo oito em Campo Grande, epicentro da doença, e um em Sidrolândia, a 70 quilômetros da Capital. Outros 39 casos seguem sob investigação.

Agora é esperar o que Mandetta tem a dizer e se o presidente Jair Bolsonaro sabia dessa compra.