Presas e predador seriam vizinhos em condomínio de “bacanas”

Como diz a música do cantor Gusttavo Lima, “Foi bonito, foi …”, mas acabou mal o sonho do casal Gilmar e Andreia Olarte, ex-prefeito e ex-primeira-dama de Campo Grande, respectivamente, de morarem em uma mansão no principal residencial dos bacanas da Capital.

Para quem não sabe, Gilmar Olarte iniciou, entre 2014 e 2015, coincidentemente no período em que esteve à frente da Prefeitura, a construção de uma mansão no Residencial Dahma II.

O problema é que um dos vizinhos dos “novos ricos” era o promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira, ex-coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).

Desconfiado da origem dos recursos para a construção da mansão, ao em torno de R$ 1,3 milhão, Marcos Alex Vera investigou e o resultado é que a suntuosa residência é uma das que estão contidas no procedimento do Gaeco denominado de Operação Pecúnia.

Na prática, caro leitores, as presas estavam indo morar próxima ao predador, que, sem medo de ser feliz, deu o golpe de misericórdia. O resultado é que no mês passado a Seção Especial Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) condenou o ex-prefeito a 8 anos e quatro meses de prisão em regime fechado por corrupção e lavagem de dinheiro.

Já a mansão dos Olarte no Residencial Dahma II continua apodrecendo no tempo sem sinais de que as obras serão retomadas em um futuro próximo. Com a morosidade da Justiça, é bem provável que o local, que tem a suspeita de ter sido construído com dinheiro público, se torne uma montanha de entulho que, em pouco tempo, não sirva para mais nada.

Ainda parafraseando a música de Gusttavo Lima, Gilmar Olarte deve dizer todas as manhãs que “Hoje eu acordei, me veio à falta de você, saudade de você, saudade de você …”, pois afinal de contas, quem não gostaria de morar em um luxuoso condomínio com direito a área verde, área de lazer enorme, vizinhos bacanas e com toda a segurança.

Um sonho que o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, e a sua esposa, Andreia Olarte, quase conseguiram realizar. Só faltou um detalhe: explicar para às autoridades de onde vieram os mais de R$ 1,3 milhão desse investimento.

O Blog do Nelio entrou na mansão inacabada na quadra 17, lote 13, no Parque Residencial Dahma II e foi possível constatar que o imóvel, que terá dois pavimentos, está localizado em uma esquina. A obra continua abandonada. Muito material desperdiçado, colunas de concretos com ferros enferrujados e não há ninguém cuidando do local.

O que impressiona é o tamanho da mansão. O abandono incomoda a vizinhança que está reclamando que o local já é abrigo para bichos. Mas o que intriga. De onde saiu o dinheiro para a construção? A única certeza é que o promotor de Justiça Marcos Alex Vera se livrou de vizinhos muito inconvenientes.