Prefeito de Coronel Sapucaia recua e pede para liberar narcotraficante que o ameaçou

O procurador Hernán Mendoza disse que o traficante brasileiro e suplente de deputado no Paraguai, Carlos Garcete Ruben Sanchez, “Chicharõ”, foi colocado em liberdade após a declaração do prefeito eleito de Coronel Sapucaia (MS), Rudi Paetzold, afirmando ter laços de amizade com o narco e que o vídeo teria sido feito há quatro anos.

“Chicharo” foi capturado pelo grupo especializado do Paraguai quando foi visitar o também narcotraficante brasileiro Chimenes Jarvis Pavão. Sua prisão ocorreu em decorrência da ação realizada em Capitán Bado e gravada em vídeo no último fim de semana em que ele ameaçava com arma em punho o prefeito eleito de Coronel Sapucaia e sua família.

 O promotor disse Paetzold disse que o incidente ocorreu no lado brasileiro, mas, mesmo assim, não descartou a investigação pela Justiça paraguaia. Em decorrência das declarações do prefeito eleito, o MP do Paraguai decidiu pela libertação do traficante e suplente de deputado.

 Chicharõ foi solto por volta das 15 horas de ontem depois que prestou depoimento ao MP. Carlos Garcete tinha sido preso na quarta-feira (5) por agentes do Grupo Especializado no momento em que visitava o mafioso condenado Jarvis Chimenes Pavão, que está preso no local, há três meses, por ter planejado uma fuga em massa da Penitenciária Nacional de Tacumbú.

 Já Chicharõ foi preso sob um mandado de que tinha sido emitido apenas alguns minutos antes pelo promotor de Capitán Bado, Hernán Ricardo Mendoza, sob investigação por associação criminosa. O mandado tinha relação com a emboscada liderada pelo próprio Garcete, que, juntamente com outros seis bandidos, cercaram e ameaçaram matar o prefeito eleito de Coronel Sapucaia e membros de sua família que estavam dentro de um veículo blindado.

 O vídeo do incidente viralizou no último sábado, mas Rudy Paetzold disse à Polícia brasileira que o vídeo foi feito há quatros anos e que atualmente tem excelentes relações com Garcete. As imagens mostram que a família foi salva de ser massacrada porque os criminosos comandando Chicharõ não podiam abrir o veículo, que era blindado.

 A defesa de Chicharõ disse à imprensa que não há provas do crime, já que a vítima afirmou que o cerco teria ocorrido há quatro anos. “Acreditamos que em menos de três meses será descartando a acusação”, disse o advogado de Garcete. O advogado, que é irmão do deputado colorado Oscar Tuma, disse que sua contratação foi dada porque ele já havia trabalhado com Jorge Prieto, o outro representante legal que é identificado como um dos mais importantes traficantes de drogas na área de Capitán Bado e que nada tinha a ver o legislador na situação.