Polícia Federal rastreia que “exército” do PCC na fronteira com o Paraguai tem mais de 174 homens

O site UOL revelou, nesta terça-feira (26), um relatório da Polícia Federal demonstrando que a facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) montou um “quartel-general” com 174 criminosos, a maioria de São Paulo, nas cidades gêmeas de Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero (PY). A descoberta do número de integrantes do PCC na fronteira entre os dois países foi feita pela PF durante a “Operação Exílio”, deflagrada em 25 de junho do ano passado para desarticular os integrantes da organização no país vizinho.

Agentes federais cumpriram 10 mandados de busca e apreensão, sendo nove deles em Ponta Porã e um em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Os policiais apreenderam um telefone celular em um dos endereços de Ponta Porã relacionados a Edimar da Silva Santana, 37 anos, o “Arqueiro”, um dos presos na operação, apontado como traficante de drogas e armas.

No aparelho havia um arquivo denominado “Levantamento dos Irmãos no Paraguai”. Segundo a PF, trata-se de um cadastro com os nomes de 174 integrantes do PCC que se encontravam na fronteira. O arquivo mostra como primeiro da lista Giovanni Barbosa da Silva, 29, o Coringa, preso também pela Polícia Federal no desdobramento da Operação Exílio, no último dia 9 em Pedro Juan Caballero.

A reportagem do UOL não conseguiu falar com os advogados de Arqueiro, no Mato Grosso do Sul, nem com a defesa de Coringa, em São Paulo. O delegado da PF Elvis Secco, coordenador-geral de Repressão à Droga e Facções Criminosas, disse ao UOL que a PF ainda não tem a informação sobre a divisão por estado de cada um dos 174 criminosos do PCC no Paraguai.

Porém, os agentes federais suspeitam que a maioria dos 174 criminosos é mesmo de São Paulo. Os policiais se basearam nos quatro primeiros nomes mencionados no arquivo. Depois do nome de Coringa, também chamado de Bonitão, vem o de Arqueiro, procedente da Baixada Santista. Em seguida aparece um criminoso conhecido como Jhony, da capital paulista, e outro apelidado de Japa, de Araçatuba, interior de SP, que atuava na zona leste paulistana.

Ao lado do nome ou apelido e do lugar de origem do integrante do PCC no Paraguai aparece a função de cada um na organização criminosa. A PF confirma que Coringa era o principal nome da facção paulista no Paraguai. A prisão dele desencadeou uma escalada de violência na região de fronteira.

Horas depois de sua detenção, ao menos 40 criminosos armados de fuzis e pistolas tentaram resgatá-lo em um departamento da Polícia Nacional do Paraguai em Pedro Juan Caballero. Houve troca de tiros e os policiais paraguaios impediram o resgate. Coringa foi expulso do Paraguai por determinação do presidente Mario Abdo Benítez e está recolhido na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR).

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