Polícia Federal anuncia incursão ao Paraguai na busca por bens do traficante “Cabeça Branca”

A Polícia Federal do Brasil anunciou uma incursão ao Paraguai na busca dos bens e prováveis testas-de-ferro do poderoso narcotraficante brasileiro Luís Carlos da Rocha, mais conhecido como “Cabeça Branca”, que era o traficante mais procurado na América do Sul até ser preso na semana passada na cidade de Sorriso, no Estado do Mato Grosso.

Luís Carlos da Rocha era fugitivo da Polícia há mais de 30 anos até que foi finalmente preso no dia 1º de julho durante uma megaoperação da Polícia Federal do Paraná, que também culminou com a prisão de Wilson Roncaratti, em Londrina, no norte do Paraná, considerado pela PF como o braço direito de “Cabeça Branca”.

O poderoso narcotraficante brasileiro foi considerado o mais importante da América do Sul, sendo que a organização criminosa comandada por ele comprava cocaína na Colômbia, Peru e Bolívia e usava para transportar a droga o espaço aéreo da Venezuela, bem como as principais rotas terrestres no Brasil e Paraguai para entregar as cargas.

 No Paraguai, por exemplo, ele tem um mandado de prisão por lavagem de dinheiro emitido pelo juiz Óscar Delgado. No Brasil, porém, “Cabeça Branca” tem inúmeras penas em abertos, que juntas somam mais de 50 anos de prisão.

Ainda no país vizinho, há uma década, foram colocados diversos outdoors de procurado pela Polícia Nacional em quase todas as rotas domésticas. Esses outdoors, além de “Cabeça Branca”, traziam também as fotos de Fahd Yamil Georges, conhecido como “O Padrinho”, que atualmente vive em Ponta Porã (MS) e aparentemente já está “aposentado” submundo do crime.

Também aparecia a imagem de Erineu Domingo Soligo, mais conhecido como “Pingo”, um figurão detido em 3 de julho de 2010, em uma fazenda na região de Capitán Bado e extraditado para o Brasil sete meses depois para cumprir uma pena de 40 anos de prisão por tráfico de drogas.

Outro fugitivo na época era Jarvis Chimenes Pavão, preso em Yby Yaú, em 27 de dezembro de 2009. Em dezembro deste ano, Jarvis cumpre sua sentença de oito anos no Paraguai e deve ser extraditado para o Brasil.

A última foto do cartaz trazia apenas a foto de “Cabeça Branca”, cujo rosto parecia muito mais velho do que sua aparência atual, que foi modificada por várias cirurgias cosméticas realizadas precisamente para alterar a aparência e enganar as autoridades.

 Fazendas, aviões e jatos

Entre os bens de “Cabeça Branca” no Paraguai estão fazendas, aviões e jatos. Ele também tem milhares de cabeças de gado e residências de luxo. Ele viveu por vários anos em Puerto Antequera, no Departamento de San Pedro, embora também visitava frequentemente a região de Capitán Bado, no Departamento de Amambay.

Os promotores de Justiça já lidam com alguns nomes das principais testas-de-ferro de “Cabeça Branca”, que administram os bens do poderoso traficante no país vizinho.

A lista tem até políticos conhecidos, sendo que alguns deles já foram mencionados por várias vezes na mídia. Certamente, a primeira missão da Polícia Federal no Paraguai irá verificar essas ligações.