Polícia apreende arsenal que abasteceria organizações criminosas na fronteira

Depois de uma longa investigação policiais paraguaios aprenderam, no começo da noite de ontem (3), na cidade de Luque, na região metropolitana de Assunção, capital do Paraguai, um grande arsenal de armas e munições que seriam comercializadas com organizações criminosas que agem nas fronteiras com o Brasil e com a Argentina.

Agentes do Departamento de Operações Urbanas da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai) e o promotor de Justiça Marcelo Pecci chegaram até uma residência que já estava sendo monitorada e encontram quatro pessoas que foram presas em flagrante. Entre elas dois soldados, um ex-agente da Polícia Nacional e um civil.

As autoridades mantinham uma investigação sobre a venda ilegal de armas e munições desviados do Exército e da Polícia paraguaia e que eram depositadas na cidade de Luque e depois chegavam até os criminosos na região de Cuidad Del Este, que faz fronteira com Foz do Iguaçu (PR), e Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã (MS).

Os investigadores tentavam estabelecer o elo entre os grupos e as organizações criminosas e possíveis integrantes das Forçar Armadas e da Polícia do Paraguai quando chegaram até os suspeitos. Eles foram identificados como o ex-policial especialista em armamento de guerra Cristhian Eduardo Soto Fox, 31 anos, os suboficiais Victor Hugo Franco Chena e Fábio de Jesus Gimenez Gimenez, ambos de 31 anos, e o sargento Francisco Javier Sosa Noceda, de 38 anos.

Foram apreendidos um fuzil automático leve (FAL) de propriedade do Exército do Paraguai, um rifle M4, uma pistola Glock 9 milímetros, dourada (personalizada), uma pistola calibre 9 milímetros Cherekee, um rifle Ruger 5.56, dezenas de carregadores, 1.000 projeteis 5.56 e 700 projeteis 762, 12 conjuntos para montagem de rifle M4, uma pistola 9 milímetros sem identificação de marca, um revólver calibre 22 e foram apreendidos também três veículos usados pela quadrilha.

Agora o trabalho é para tentar descobrir quais eram os compradores destas armas e munições e se há mais alguns membros das forças armadas e da Polícia Nacional envolvidos no desvio e comercialização deste armamento.