Pistoleiros tentar apagar “promissória” de agiota que sobrevive a tiros e dois são presos com US$ 150 mil

O agiota paraguaio David Gayoso Viedma, 31 anos, que se dedicava a penhorar veículos para fazer empréstimos, foi atacado a tiros por pistoleiro na noite de ontem (10), em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), mas conseguiu sobreviver. Ele estava a bordo do Kia Picanto, placa BLA-944, do Paraguai, quando foi atingido por vários tiros de pistola calibre 9 mm disparados por homem em uma motocicleta não identificada.

A tentativa de execução ocorreu aproximadamente por volta das 20h30 desta sexta-feira, na entrada da cidade, perto da Rota 05 PY, especificamente na Rua Luis Victorino González. Conforme relatos da Polícia do Paraguai, David Gayoso Viedma foi atingido por vários tiros, o que causou escoriações superficiais no pescoço, sendo socorrido e levado para uma clínica particular, onde recebeu cuidados médicos.

Por sua parte, Bruno Adrián Ruiz Díaz, 30 anos, que também estava no veículo do agiota, saiu ileso da tentativa de homicídio. As vítimas foram surpreendidas por um motociclista, que começou a atirar no veículo, iniciando uma perseguição no Bairro Asturia 2 e terminando na Rota 05 PY, de onde o autor dos disparos tomou rumo ignorado após a tentativa de execução.

Após o incidente, a Polícia realizou uma varredura na região em busca do autor dessa tentativa de assassinato, mas foi informada por testemunhas que o pistoleiro já teria cruzado a linha divisória para o lado brasileiro. Os investigadores ainda não têm suspeita do que teria motivado a tentativa de homicídio, mas pode ter relação com a atividade da vítima, pois David Gayoso Viedma teria recebido uma ligação de um indivíduo que desejava pagar a dívida de outra pessoa que teria penhorado um veículo e marcado o encontro nas imediações do local do atentado.

Dario Messer

Após investigações do Departamento de Crimes Econômicos de Ciudad del Este, no Paraguai, dois homens foram presos com US$ 150 mil sem documentos comprovativos e armas de fogo. Os suspeitos disseram que eram funcionários da Fe Cambios, empresa essencial para que o doleiro dos doleiros Darío Messer continuasse fugitivo.

O comissário Carlos Duré, do Departamento de Crimes Econômicos de Ciudad del Este, explicou que recebeu informações de que o movimento de uma quantia significativa de dinheiro e muitos outros dados poderiam ser registrados. Diante disso, eles fizeram mais investigações que resultaram em um procedimento no qual dois homens foram interceptados que correspondiam às características fornecidas pelo informante.

Ambos tinham armas de fogo e estavam sem qualquer documento para justificar a origem dos US$ 150 mil em mãos. Ante da flagrante violação da Lei das Armas, eles foram colocados à disposição do Ministério Público, sendo identificados como Rafael Moreno González, 36 anos, e Jorge Arnaldo Villasanti, 30 anos.

O comissário enfatizou que os homens enviaram via WhatsApp documentos para justificar a movimentação de dinheiro do Fe Cambios, mas os horários foram depois da operação pela qual foram apreendidos, o que “fortaleceu a suspeita” de que o dinheiro seria de origem ilícita.

A Fe Cambios foi fundamental para que Dario Messer movimentasse e administrasse o dinheiro que lhe permitia permanecer fugitivo da Justiça do Paraguai e do Brasil, de acordo com relatórios do Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro e da Polícia Federal do Brasil.

Os documentos mencionam Édgar Ceferino Aranda Franco e José Fermín Valdez González, proprietário e gerente da Fe Cambios, respectivamente, como membros do esquema criminal de Dario Messer. Eles teriam facilitado a abertura de uma conta paralela na referida casa de câmbio, em nome de Myra Athayde, namorada de Messer, para que ele pudesse sacar dinheiro enviado pelo ex-presidente do Paraguai, Horacio Cartes.