Pistoleiros executam parente de “Gordo Vera”, que foi morto com sobrinho de Fahd Jamil em 2012

Durante as celebrações do Carnaval realizadas na noite de ontem (13), em Coronel Sapucaia (MS), cidade que faz fronteira com Capitán Bado, no Paraguai, foi executado a tiros de pistolas calibre 9 mm o cidadão de nacionalidade paraguaia Marcio Antonio Benítez Vera. Ele era parente de Nery Vera, mais conhecido como “Gordo Vera”, que foi morto a tiros de fuzil em 4 de outubro de 2012 em Ponta Porã (MS) juntamente com o proprietário do Jornal da Praça, Luiz Henrique Georges, mais conhecido como “Tulú”, sobrinho do empresário Fahd Jamil Georges, o ex-dono da fronteira.

Marcio Antonio Benitéz Vera já tinha sido preso em 2013 por posse de cocaína e armamento pesado em sua residência, localizada em Pedro Juan Caballero, capital do Departamento de Amambay e que faz fronteira com Ponta Porã (MS). Ele morreu após receber vários impactos de balas calibre 9 mm durante um baile de Carnaval na linha internacional que separa as cidades de Coronel Sapucaia e Capitán Bado.

De acordo com a informação da Polícia, dois pistoleiros chegaram ao local em uma motocicleta e abriram fogo contra a vítima no meio da multidão. Marcio Antonio Benítez Vera morreu no local e o corpo foi transferido para o Hospital de Ponta Porã (MS) para os procedimentos de praxe, sendo em seguida entregue aos familiares.

Ainda durante o ataque, um homem identificado como Roberto Fabricio Suárez, de nacionalidade brasileira, também foi atingido pelos disparos, mas não morreu e foi levado para o mesmo hospital onde permanece em estado grave.

O falecido foi preso em 2013, juntamente com outras duas pessoas, durante uma incursão em sua residência em Pedro Juan Caballero e, na época, os policiais do Paraguai encontraram 1,24 quilo de cocaína e armas pesadas, incluindo granadas, dentro do imóvel. Marcio Antonio Benítez Vera e as outras duas pessoas que estavam na casa eram parentes de Nery Vera, o “Gordo Vera”.

Fahd Jamil Georges

O empresário Fahd Jamil Georges já foi apontado diversas vezes como chefe do crime organizado na região de fronteira, mas permanece livre até hoje. Nas décadas de 70 e 80, o brasileiro ficou conhecido como um dos donos do Paraguai. Ele já foi apontado como grande contrabandista, traficante e líder do “Cartel de Pedro Juan Caballero”, onde mantinha fortes vínculos com o governo brasileiro no tempo da ditadura militar.

Ao ponto que, em um coquetel em Brasília (DF), em ocasião da posse do general João Baptista Figueiredo na Presidência da República, as bebidas foram gentilmente oferecidas por Fahd, que despachou caixas e caixas do Paraguai.

Certa vez, Fahd chegou a ficar seis dias preso, mas recebeu um providencial desagravo do coronel Moacir Coelhos, diretor da Polícia Federal brasileira por 11 longos anos, de 1974 a 1985. O certo é que, com o recuo de Fahd Jamil Georges, diferentes organizações criminosas brasileiras começaram a comandar o tráfico de drogas e de armas na fronteira, bem como o contrabando de bebidas e cigarros.