PF do Brasil e do Paraguai estão em alerta máximo para ataques de Minotauro contra clã de Pavão

Minotauro, Rafaat, Pavão e Galâ

As polícias do Paraguai e do Brasil estão em alerta máximo na fronteira em razão de relatos sugerindo que o chefe da organização criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital), Sergio de Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”, está organizando um ataque definitivo ao clã do narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, que está preso no Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Segundo as fontes da Polícia, o grupo de pistoleiros ligados ao PCC sairia de Pedro Juan Caballero (PY) para realizar o ataque em Ponta Porã (MS), aproveitando-se do enfraquecimento dos líderes da família de Pavão em decorrência das prisões realizadas pela Polícia Federal e Força Nacional de Segurança Pública na semana passada.

Ainda de acordo com os dados obtidos, Minotauro estaria preparando outro ataque devastador contra alvos específicos do clã composto por parentes diretos de Pavão. Na terça-feira (4), semana passada, de fato, o chefão do PCC na fronteira ordenou um atentado frustrado contra Pedro Chimenes da Luz, o “Pedrinho”, sobrinho de Jarvis Chimenes Pavão, que sobreviveu graças à blindagem da caminhonete Ford F150 Raptor.

Três dias depois, na sexta-feira (7), o clã Pavão estava prestes a atravessar de Ponta Porã a Pedro Juan Caballero e lutar contra Minotauro no contexto de uma guerra travada pelo controle da fronteira. No entanto, o ataque hipotético foi abortada pela Polícia Federal e Força Nacional de Segurança Pública, que invadiram a casa de um outro tio Jarvis Chimenes Pavão, o político Francisco Chimenes, mais conhecido como “Chico”, que foi um dos 12 presos, assim como Jonathan Chimenes Grance, conhecido como “Cabeça”, designado como o “herdeiro” do negócio de seu tio Jarvis Chimenes Pavão.

Na operação caíram dois paraguaios, Rosalino Báez e Riky Javier Baez Gonzalez, que, de acordo com a Polícia brasileira, trabalharam como guarda-costas para “Cabeça” e iriam integrar o grupo para matar Minotauro no lado paraguaio. Pelo relatório oficial da Polícia Federal, foram apreendidos seis pistolas calibre 9 mm, um revólver calibre 38,16 carregadores, dos quais oito são capazes de armazenar até 30 projéteis, mais de 400 munições, oito veículos, quatro deles blindados, e US$ 54,7 mil em dinheiro.

Os presos brasileiros estão detidos na sede da Polícia Federal de Ponta Porã e serão processados por tráfico internacional de armas, associação criminosa e obstrução da Justiça. De acordo com a legislação brasileira, eles estão expostos a uma sentença de até 32 anos de prisão.

Contra-ataque

Também apareceram outros rumores de que os outros parentes de Jarvis Chimenes Pavão estariam mais determinados do que nunca em ganhar a guerra contra o líder do PCC na região. Essa versão é que desencadeou o alarme das agências de segurança de ambos os países para possíveis réplicas de ataques perpetrados por qualquer um dos dois lados em disputa.

Entre outras coisas, soube-se que o grupo de Minotauro também olharia para Luan Pavão, 32 anos, e Kleiton Chimenes Larson, 31, filho e sobrinho de Jarvis Chimenes Pavão, respectivamente. Por outro lado, algumas fontes da Polícia Federal disseram que o clã Pavão administra uma lista de 100 pessoas marcadas para morrer.

Desde o ano passado, Jarvis Chimenes Pavão perdeu vários parceiros importantes, como seu secretário Paulo Jacques, seu irmão Norry Chimenes Pavão, seu sobrinho Willian Bernal Gimenez e até mesmo seu advogado Laura Marcela Casuso.

Execuções

Enquanto é travada essa guerra entre o clã Pavão e Minotauro, as execuções continuam comendo solta na fronteira. Um homem recentemente libertado da prisão, onde cumpria pena por tráfico de drogas, foi morto a tiros ontem (9) em Pedro Juan Caballero quando foi atacado por pistoleiros armados enquanto estava com amigos na frente de uma loja de pneus na cidade. Depois de completar o crime, os assassinos fugiram em uma caminhonete e entraram no território brasileiro.

O infeliz foi identificado como Demecio Méndez Giménez, 38 anos, conhecido como “Mende’i”, que foi para a prisão por roubo agravado (agressão) em 2011 e por posse e tráfico de cocaína no mesmo ano. O assassinato ocorreu às 21h15 de ontem em frente a uma loja de pneus localizada na Rua Dr. França, entre as ruas Teresa Caballero e Alejo Roa García.

Segundo os dados policiais, Méndez estava sentado na companhia de várias pessoas quando, de repente, dois homens apareceram com os rostos cobertos, presumivelmente com balaclavas, para matá-lo. De acordo com a 2ª Delegacia de Pedro Juan Caballero, os homens mascarados estavam a bordo uma caminhonete prateada Mitsubishi Montero e, uma vez identificado o seu alvo, abriram fogo contra Méndez, que caiu morto após receber os impactos de projéteis calibre 9 mm.

Quando o crime foi concluído, eles fugiram em direção ao território brasileiro. Demecio Méndez Giménez foi preso e investigado em março de 2015 por supostamente participar de um tiroteio em que um menino de dois anos foi morto. Também era conhecido na área do submundo do crime como traficante.

Outro corpo

O corpo sem vida de um homem foi encontrado domingo (9) no lado de uma estrada secundária em Colônia Alley Brasil. Ele foi amarrado de pés e mãos com uma camisa coberta no rosto.

Policiais da referida Colony, localizado cerca de 20 quilômetros de Pedro Juan Caballero, tiveram conhecimento do fato através de um telefonema anônimo e foram até o local da descoberta.

O local fica a apenas 10 metros da linha internacional entre o Departamento de Amambay e Mato Grosso do Sul. O corpo morto tem 15 balas de diversos calibres distribuída entre a cabeça e outras partes do corpo.

Depois de conversar com moradores da área, eles disseram que nas primeiras horas da manhã viram uma caminhonete com placa brasileira, que tinha entrado em território paraguaio para desovar o corpo e, em seguida, retornar.

O falecido, que seria de nacionalidade brasileira, cerca de 30 a 35 anos, usava um short azul e estava sem camisa. Toda a parte de trás do sujeito é coberta de tatuagens