Pesquisa da Associação Comercial sobre o centro mostra resultado muito diferente da CDL. Vai vendo!

Levantamento realizado pela ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) constatou o que todos já sabiam: não passa de “imaginação” os números apresentados pelo presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojista) de Campo Grande, Adelaido Vila, dando conta que mais de 1,5 mil empresas do centro da cidade fecharam as portas devido às obras do Reviva Centro.

De acordo com a ACICG, o número de imóveis fechados no quadrilátero formado pela Avenida Mato Grosso, Avenida Fernando Corrêa da Costa, Avenida Calógeras e Rua 13 de Maio é de 204 até março deste ano. A equipe da entidade checou porta a porta, em horário comercial, para exatidão do trabalho.

O levantamento mostrou também que o quadrilátero central de Campo Grande continua sendo opção para quem quer empreender, especialmente a Rua 14 de Julho, segundo o presidente da ACICG. Conforme assegurou, apesar das dificuldades enfrentadas pelos empresários da região, que viram o faturamento “despencar em função dos transtornos causados pela obra do Reviva”, ocasionando o fechamento de algumas lojas, novas empresas se estabeleceram.

“Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelos empresários localizados no quadrilátero central de Campo Grande, em especial aos da Rua 14 de Julho, que viram o faturamento despencar em função dos transtornos causados pela obra do Reviva, a pesquisa mostra que o Centro continua sendo uma opção para quem quer empreender na Cidade Morena. Vimos algumas lojas fecharem e novas empresas se estabelecerem trazendo conceitos diferentes, com grande expectativa para o que o Centro promete se tornar. Esperamos que o cronograma da obra seja cumprido e que a pesquisa do próximo ano traga o menor número possível de imóveis fechados”, comentou o presidente da ACICG, João Carlos Polidoro.

Ou seja, não passaram de chutes os números apresentados por Adelaido Vila, como o próprio já tinha deixado escapar em áudio obtido pelo Blog do Nélio após reunião realizada em março entre um grupo diminuto de comerciantes, que não passou de 10, e quatro vereadores no Plenarinho da Câmara Municipal de Campo Grande.

Na oportunidade, o presidente Adelaido Vila reconhecia que os dados contidos no levantamento divulgado por ele não passavam de um “chute”. “O cálculo do desemprego gerado é muito simples: é só você imaginar, pegar o número de empresas fechadas e multiplicar por 5, que chegará ao número!”, declarou aos jornalistas.

Ele completou que para chegar ao número de 1,5 mil empresas fechadas e 7 mil desempregados no Centro da Capital foi só fazer uma conta simples: “você pega o número de empresas que a gente verificou que estão fechadas – 1,5 mil estabelecimentos – e multiplica por cinco e você vai chegar a 7,5 mil desempregados”.

Adelaido não parou por aí e completou que não são só funcionários que estariam desempregados. “É também o dono de pequenos negócios. Hoje, mesmo, nós tivemos uma reunião esvaziada porque grande parte dos empresários está com a barriguinha no balcão atendendo os seus clientes porque não tem mais funcionários”, garantiu.

Ainda a respeito do levantamento, ele acrescenta que os dados são foram coletados de forma séria. “Percorremos rua a rua, dentro de um quadrilátero significativo. Nós não estamos falando só da Rua 14 de Julho, nós estamos falando de um todo. Nós estamos falando da Fernando Corrêa da Costa até a Mato Grosso e da Calógeras até a Pedro Celestino. Eu convido aquele que tiver alguma dúvida para que venha andar conosco no sol e contando junto com a gente quadra a quadra”, desafiou.

Na prática, o solicito dirigente patronal deixava claro que o tal levantamento não tinha nenhum embasamento estatístico elaborado por órgãos competentes em nível municipal, estadual ou nacional. Tudo foi feito de forma empírica, ou seja, na base da observação, sem comprovação científica ou estatística, apenas no “imaginar”. O número tão expressivo e sem comprovação dos órgãos competentes provocou o espanto do prefeito Marquinhos Trad, que, em entrevista, questionou: “1,5 mil empresas? Eu não quero comentar sem colocar a mão no documento, mas, 1,5 mil empresas?”.