Pena de Piloto no Brasil pode aumentar em 41 anos, já com a saída dele da fronteira o PCC vai reinar!

A pena de Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o “Marcelo Piloto”, poderá ser aumentada após a chegada do traficante ao Brasil. Ele já tem condenações a 26 anos de prisão. No entanto, segundo seu advogado, João Marcos de Campos Henriques, uma série de outros processos contra ele, que estavam suspensos porque Piloto estava fora do país, detido no Paraguai, serão agora retomados.

Ele tem pelo menos oito ações no Tribunal de Justiça do Rio. Na maioria dos casos, Piloto foi denunciado pelo Ministério Público, mas a Justiça determinou a suspensão do processo por ele estar foragido à época. Piloto poderá ser condenado a mais 41 anos, se for aplicada a pena mínima em todos esses processos. Ele é acusado de tráfico de drogas, associação criminosa, roubo e homicídio.

“Estou sendo notificado aos poucos sobre os processos contra meu cliente. Ainda não sei ao certo quantos são, mas há diversos suspensos que, por conta da sua chegada ao país, serão levados adiante. Ainda há também inquéritos em andamento”, disse o advogado.

Piloto também pode responder, no Brasil, pelos crimes que cometeu no exterior. Entre eles, está o assassinato da jovem argentina Lídia Meza, de 18 anos, morta a facadas durante uma visita ao narcotraficante, no último sábado. O crime levou o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, a decidir, no dia seguinte, pela expulsão do traficante do país. A extradição de Piloto já vinha sendo estudada pela justiça do país vizinho.

Piloto também pode responder, no Brasil, pelos crimes que cometeu no exterior. Entre eles, está o assassinato da jovem argentina Lídia Meza, de 18 anos, morta a facadas durante uma visita ao narcotraficante, no último sábado. O crime levou o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, a decidir, no dia seguinte, pela expulsão do traficante do país. A extradição de Piloto já vinha sendo estudada pela justiça do país vizinho.

Expulso, Piloto chegou segunda-feira ao Brasil. Ele foi levado à tarde ao presídio federal de segurança máxima em Catanduvas, no Paraná, onde ficará isolado por pelo menos 20 dias, sem direito a visitas. Uma foto mostra que Piloto teve o cabelo e a barba raspados em sua chegada à unidade.

O traficante só terá permissão para conversar com advogados e tomará banho de sol de duas horas por dia. O isolamento é um procedimento do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para presos que ingressam no sistema. Ontem, o banho de sol a que Piloto tem direito foi feito de forma solitária, num horário diferente dos demais presos.

Porteira aberta ao PCC

Com a expulsão de “Marcelo Piloto”, líder e articulador do Comando Vermelho na região, pode crescer o domínio de outra facção brasileira na fro, o Primeiro Comando da Capital (PCC), na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, segundo a Polícia.

Policiais da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) paraguaia que atuam em Pedro Juan Caballero e da Polícia Civil de Ponta Porã (MS), cidades separadas apenas pela linha de fronteira, disseram que as disputas entre as duas facções podem se acirrar.

Desde a execução do chamado “Rei da Fronteira”, Jorge Rafaat Toumani, em junho de 2016, que teria sido planejada pelos dois grupos, o Comando Vermelho e o PCC travam uma luta sangrenta pelo controle da área.

Grande parte da droga e de armas distribuídas no Brasil passam pela região de fronteira seca, considerada estratégica pelas organizações criminosas. Mais de 50 mortes estariam relacionadas a essa disputa.

Marcelo Piloto é a segunda ‘baixa’ importante sofrida pela facção carioca na fronteira. Em dezembro de 2017, a justiça paraguaia autorizou a extradição do narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão, para cumprir no Brasil a pena de 17 anos e 8 meses no Brasil – ele está em Mossoró (RN).

Conforme a Senad, Pavão é suspeito de ter tramado, junto com o PCC, o assassinato de Rafaat. Após a execução, a rivalidade entre as duas facções cresceu e geraram violentos confrontos.

O irmão mais novo de Pavão, Ronny Chimenes, foi metralhado enquanto fazia caminhada no centro de Ponta Porã (MS), cidade da fronteira. Uma semana depois, o paraguaio Americo Ramirez Chaves foi sequestrado em Pedro Juan Caballero, esquartejado e teve partes do corpo espalhadas em Ponta Porã.

Na sequência, foram sequestradas, torturadas e esquartejadas com motosserra as irmãs Fabiana e Adriana Aguayo Baez, por suposta ligação com a morte de Ronny.

Em outra ação que teria sido ordenada por Pavão, quatro pessoas foram metralhadas na inauguração de uma boate, em Pedro Juan Caballero. Dois dos mortos seriam seguranças do paulista Elton Rumich da Silva, o Galã, apontado como principal líder do PCC na fronteira. Ele teria participado da execução de Rafaat.

Um dos autores do ataque à boate, Willian Giménez Bernal, escapou de um atentado, mas se matou ao ver o filho de 5 anos ser metralhado em Assunção. No último dia 14, a advogada Laura Casuso, que trabalhou para Pavão e Marcelo Piloto, foi assassinada a tiros em Pedro Juan Caballero.