Parecer do MPF é pela cassação de “amiga do peito” que do sutiã comprou votos e ganhou eleição

760x0_1485309808_1487057038Começou a ruir a casa da “amiga do peito” dos eleitores de Fátima do Sul, a prefeita Ilda Machado (PR), esposa do ex-presidente da Assembleia Legislativa, Londres Machado, e mãe da deputada estadual Grazielle Machado (PR), que, durante a campanha eleitoral do ano passado para prefeita, foi flagrada, em vídeo, tirando dinheiro do sutiã para comprar voto.

No último dia 20 de janeiro deste ano, a Procuradoria Regional Eleitoral do MPF (Ministério Público Federal) deu parecer pela confirmação da sentença de 1º grau proferida pela juíza Rosângela Alves de Lima Fávero, da 4ª Zona Eleitoral, cassando o mandato da prefeita, que, sub judice, conseguiu ser diplomada e empossada, estando até o momento no cargo.

No parecer, o procurador-regional eleitoral Marcos Nassar declara que, “diante da situação gravíssima retratada nos autos em que está evidenciado um esquema de corrupção eleitoral” e da, “cabalmente provada a captação ilícita do sufrágio”, a Procuradoria Regional Eleitoral manifesta-se pelo conhecimento e desprovimento do recurso interposto pela defesa de Ilda Machado, mantendo-se, por conseguinte, a sentença proferida pela juíza Rosângela Alves de Lima Fávero.

760x0_1485309808_1487057038 2

Novas eleições

Caso a Justiça Eleitoral acate a recomendação do MPF, o município de Fátima do Sul deverá ter novas eleições para prefeito, que deverão ser marcadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) dentro do prazo de 40 dias, já que o vice-prefeito Altair Vieira de Albuquerque (PR) também será cassado.

Além disso, ambos terão decretada a inelegibilidade por oito anos, por conta de compra de votos durante campanha para as eleições municipais do ano passado. A ação foi ajuizada pela coligação Respeitando Nossa Gente, do atual prefeito, Júnior Vasconcelos (PSDB), que tentou a reeleição e foi derrotado nas urnas – ele também teve a candidatura cassada por abuso de poder político.

Conforme denúncia, durante a campanha eleitoral, Ilda ia até os bairros onde estavam agendados 760x0_1485309821_2722408 3comícios e oferecia vantagens financeiras aos eleitores. Na época, a coligação denunciante apresentou vídeo em que Ilda aparece na casa de um eleitor, tirando dinheiro do sutiã e sugerindo que ele faça “churrasquinho bem gostosinho para a família”.

Em sua defesa, a esposa do ex-deputado estadual Londres Machado e mãe da deputada estadual Grazielle Machado (PR) alegou que foi até a casa do eleitor para formalizar contrato de prestação de serviços como cabo eleitoral e tratar sobre o valor oferecido, de R$ 400 para cada pessoa, mas o vídeo teria sido editado nesta parte.

Na decisão, a juíza afirma que perícia feita pela Polícia Federal confirmou a autenticidade e a ausência de edição do material. Com o laudo e depoimento de testemunhas, a magistrada eleitoral afirmou que ficou comprovado que Ilda entregou dinheiro com o objetivo de obter votos e decidiu pela cassação do registro de candidatura.