Os desafios para consertar Campo Grande. Será que eles vão conseguir ao menos fazer o mínimo?

Desde o pleito eleitoral anterior que o cenário político tem sido marcado por investigações envolvendo denúncias de corrupção e os agentes políticos visivelmente acuados pelo receio de prisões.

Mas a partir de 2017 o município de Campo Grande estará sob nova administração. A previsão orçamentária para o próximo ano está na casa dos 3.4 bilhões de reais. Então resolvemos traçar um panorama do que pode vir a acontecer nos próximos anos.

A Câmara de Vereadores foi parcialmente renovada, mas figuras carimbadas na Coffee Break e Lama Asfáltica conseguiram se reeleger. Além dessas duas operações que estão na fase inicial dos processos, outras ações judiciais devem enuviar o parlamento, como por exemplo a condenação do médico e vereador reeleito Paulo Siufi por receber salário sem trabalhar a carga horária que deveria cumprir na Unidade Básica de Saúde da Família Manoel Cordeiro localizada no distrito de Aguão.

A sentença de primeira instância determina o ressarcimento de mais de um milhão de reais aos cofres públicos, além da suspensão dos direitos políticos por oito anos. Como ainda cabe recurso, a sentença aguarda decisão do TJ MS para enfim ser executada. Porém, ele pode deixar a Câmara Municipal caso assuma a vaga de deputado estadual deixada por Marquinhos Trad na Assembleia Legislativa, o que provocaria uma nova mudança no foro de julgamento da ação penal da Coffee Break, que voltaria para o TJ MS. Atualmente a competência de julgamento está com na primeira instância do Poder Judiciário, depois da renúncia de Gilmar Olarte ao cargo de prefeito.

Além de Paulo Siufi, os vereadores Eduardo Romero, Otavio Trad, Carlão Borges, Chiquinho Teles e João Rocha precisam acertar contas com a Justiça. Não podemos esquecer de André Luiz Scaff o imponente procurador jurídico da casa de leis que segue preso na operação Pecúnia que investiga crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

O ano de 2017 pode ser de muita instabilidade para o Poder Legislativo. E esse não é o ambiente político adequado para que a nova gestão do Poder Executivo tente resgatar a credibilidade da população, além da manutenção básica dos serviços públicos, o que se espera é que o ciclo vicioso das máfias seja finalmente colocado a cabo. Dentre os desafios temos.

Transporte Público.

O transporte público, é um dos mais caros do país, sem que isso reflita em boa qualidade na prestação do serviço. A frota está caindo aos pedaços, veículos descartados de outras empresas são reformados e colocados para rodar como se fossem novos (mas é evidente que não são). A população quase se acostumou a ver notícias de veículos quebrando e deixando os passageiros no meio do caminho.
Não por acaso, o Ministério Público do Estado do Paraná investiga várias empresas que por lá são acusadas de fraude no processo de concessão da exploração do transporte público, dentre elas algumas que constituem o Consórcio Guaicurus.
Enfrentar essas empresas e obriga-las a cumprir o contrato a que se submeteram, onde foi pactuado fornecimento de um serviço de transporte de qualidade e a renovação constante da frota é uma obrigação do novo gestor.

Obras Públicas

Após a deflagração da operação Lama Asfáltica pela Polícia Federal, a população da Capital pode entender os reais motivos da péssima qualidade das obras públicas. Ano após ano medidas emergenciais para contensão de enchentes consumiram milhares de reais e o córrego segredo segue engolindo a avenida Ernesto Geisel, e os acidentes se tornam cada vez mais frequentes nas margens dessa importante avenida que corta a cidade de norte a sul.

Hoje é considerada inconcebível a construção do asfalto “casca-de-ovo” que possibilitou um cíclico esquema de desvio de recursos públicos com as posteriores operações tapa buracos, muito deles considerados fantasmas. Como acabar com o cartel das obras e a farra do cafezinho? A população cobra uma resposta.

Saúde Pública

Ficamos estarrecidos com o escancaramento da máfia do câncer, que quase deixou inoperante o hospital Alfredo Abraão, vidas foram ceifadas para que corruptos se deleitassem com recursos públicos. O software GISA consumiu 10 milhões de reais para não funcionar. Sob a tutela da SESAU, médicos recebiam altíssimos salários sem trabalhar. O atendimento ambulatorial é travado e deixa a desejar. A estrutura do SAMU precisa ser renovada. Médicos especialistas estão cada vez mais escassos. A Saúde é uma área do serviço público que precisa de medidas urgentes, pois quem está doente  não tem tempo de esperar.

A população tem visto a classe política com descrédito e receio, afinal, figuras emblemáticas que estiveram estrategicamente distantes durante toda a campanha, apareceram sorridentes para a apuração dos votos, onde estiveram posando para fotos e até concedendo entrevistas