Operação Status: Com quadrilha desarticulada, família Morinigo acaba expulsa do Paraguai

Durante a “Operação Status”, desencadeada pela Polícia Federal e Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai), foi desarticulada a família de narcotraficantes chefiada pelo patriarca Emídio Morinigo Ximenes e composta pelos filhos Jefferson e Kleber Morinigo. Os três movimentavam um esquema de tráfico de cocaína e tiveram sequestrados bens avaliados em R$ 230 milhões no Brasil e no Paraguai.

Após serem presos em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), eles foram expulsos pelo Governo do Paraguai ontem (11) mesmo. Os três controlavam o esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de cocaína que tinha ramificações em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, além do Paraguai.

Segundo a PF, Emídio Morinigo Ximenes, Jefferson Morinigo e Kleber Morinigo movimentavam o dinheiro da quadrilha por meio de doleiro e rede de operadores financeiros para não deixar vestígios. Porém, para resolver um problema de saúde, a família deixou um sinal, o que acabou sendo crucial na apuração, pois há cerca de dois anos um dos filhos deu cheque de R$ 350 mil para o tratamento da matriarca em hospital de São Paulo.

A partir daí, a família Morinigo começou a ter as movimentações financeiras rastreadas e pelo menos 95 pessoas foram investigadas até que a Polícia Federal conseguisse concluir quem eram as lideranças no esquema. Preso na operação, o dono da JV Mortos – garagem de veículos de alto padrão em Campo Grande apontada como empresa que lavava dinheiro para o esquema – usava as redes sociais para falar de religião e de política.

No Twitter, por exemplo, sua descrição de si mesmo incluía a expressão “cristão e trabalhador”. Dizendo-se “1000% Anti Petista”, Slane Chaves usou o espaço virtual para comemorar a prisão do maior líder do partido. “Lula preso, ótimo”, postou, junto à frase “chora mais que tá lindo”.

Expulsão  

Ainda na tarde de ontem, após terem sido presos, foram expulsos pelo Paraguai os brasileiros Emídio Morinigo Ximenes, Jefferson Garcia Morinigo e Kleber Garcia Morinigo. Eles foram entregues às autoridades brasileiras no posto de controle de migração da PF em Ponta Porã e seriam transferidos ao Presídio Federal de Campo Grande para responder ao processo criminal.

De acordo com os levantamentos da Polícia Federal, os Morinigo são líderes de organização criminosa dedicada a lavar dinheiro vindo do comércio ilegal de cocaína. Eles moravam em Campo Grande e se mudaram para o país vizinho para fugir de uma prisão, concretizada agora.

Dos oito mandados de prisão concedidos pelo juiz Dalton Kita Conrado, cinco foram para cumprimento no Paraguai. Além de Emidio Morinigo e dos filhos, as autoridades paraguaias também prenderam Julio Cesar Duarte Servian, apontado como doleiro que dava apoio ao esquema criminoso. Ele vai ficar preso no Paraguai, onde nasceu.

Segundo informado pela Senad, o brasileiro Robson Lourival Alcaraz Ajala, outro alvo de ordem de encarceramento, ainda não havia sido localizado até esta tarde. Todas as prisões foram determinadas pela 5ª Vara da Justiça Federal, em Campo Grande,  a pedido da PF. Os autos são sigilosos.