O que se esconde por trás dos contratos para “limpar” os cemitérios da Capital? Muita “sujeira” ainda!

Na semana passada a Justiça Estadual decretou a indisponibilidade dos bens do ex-prefeito Gilmar Olarte e do empresário Milton Taíra, em uma ação que investiga superfaturamento em contrato de manutenção de cemitérios da Capital.

O Blog do Nélio agora mostra com exclusividade que existem muito mais coisas a serem apuradas nos contratos da empresa Taíra Prestadora de Serviços. Em pesquisa nas edições do Diário Oficial do Municipio de Campo Grande, encontramos diversos contratos da empresa Taíra Prestadora de Serviços, desde a época em que André Puccinelli (PMDB) foi prefeito da Capital, passando por Nelsinho Trad (PMDB na época, hoje PTB) e finalmente chegando até Gilmar Olarte (PROS). O detalhe é que todos esses contratos foram celebrados com dispensa de licitação em razão do caráter emergencial do serviço.

Portanto, há mais de duas décadas que a empresa Taíra Prestadora de Serviços administra com exclusividade a manutenção dos cemitérios públicos de Campo Grande, sem ter participado de processo licitatório.

Identificamos algumas peculiaridades relacionadas com os ramos de atuação dessa empresa, que embora seja constituída como uma Eireli, ou seja, uma empresa de pequeno porte tocada por um único empresário, ela fornece desde aluguel de veículos automotores, atende como restaurante, fornece refeições para outras empresas, salão de festas e finalmente trabalha com manutenção de cemitérios.

Paralelamente a essa multifuncionalidade, o empresário Milton Akio Taira também atuou como Servidor Público, quando ficou lotado na Câmara Municipal de fevereiro de 2013 a abril de 2015, e só foi demitido por conta de uma matéria publicada no site Midiamax denunciando que proibida a nomeação de fornecedores de serviços públicos para cargos comissionados.

Além desses contratos com a prefeitura de Campo Grande, descobrimos que até parlamentares da Câmara dos Deputados em Brasília utilizaram os serviços da empresa Taíra Prestadora de Serviços, como é o caso do advogado Fábio Ricardo Trad, que durante o período em que foi deputado federal pelo PMDB, locava rotineiramente veículos pertencentes à empresa, como demonstram os recibos de pagamento que estão disponíveis na prestação de contas de utilização da cota parlamentar.

Cotão Parlamentar sob investigação do MPF

Em 2013 o Ministério Público Federal abriu inquéritos para apurar a utilização de recursos da chamada cota parlamentar, após verificar que as prestações de contas apresentadas estavam com algumas irregularidades, como suspeita de utilização de notas fiscais frias, ou ausência de comprovação de prestação de serviço.

Segundo o site Farejador do Planalto, Fabio Trad (PMDB – MS), no período em que foi deputado federal, teria empenhado mais de R$ 500 mil reais com pagamentos efetuados à empresa Taíra Prestadora de Serviços durante o período em que foi deputado federal.

No entanto ele não figurou na relação de investigados. Mas sua prestação de contas foi justificada através de recibos de pagamentos simples, que não ocasionam recolhimento de impostos, mesmo a Taíra Prestadora de Serviços sendo uma empresa apta a fornecer notas fiscais, o que nesse caso poderia gerar receita ao Estado.