Nova fase da “Omertà” tem como alvo ligação de vereador com a família. Mais gente na fita! Name

Com foco na ligação de vereador Ademir Santana (PSDB) com os empresários Jamil Name, 83 anos, e Jamil Name Filho, 42 anos, o “Jamilzinho”, presos desde o dia 27 de setembro sob acusação de comandar milícia responsável por várias execuções em Campo Grande (MS), o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos Assaltos e Sequestros) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) voltaram às ruas com a 5ª fase da “Operação Omertà”, intitulada “Operação Snow Ball”.

Há novos mandados de prisão contra Jamil Name e Jamilzinho, que já estão presos na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Mossoró (RN). A 4ª fase da “Operação Omertà” foi realizada no dia 23 de setembro e teve como alvos as banquinhas do jogo do bicho espalhadas pela Capital e que são controladas pela família Name.

Pelo menos 60 delas foram fechadas no primeiro dia, mas a força-tarefa continuou nas ruas durante a semana para lacrar mais pontos de apostas. A intenção principal foi provar conexão entre a exploração do jogo de azar e a milícia armada alvo das primeiras fases da operação.

Entenda a operação

A 5ª fase da “Operação Omertà”, intitulada “Operação Snow Ball”, apura a extorsão contra empresário, que perdeu tudo para a família Name, e mira o vereador Ademir Santana (PSDB), que é candidato à reeleição. Os policiais foram às ruas para cumprir mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva.

Contra o vereador, a operação cumpre mandados na casa e na chácara. Presos na Penitenciária Federal de Mossoró, Jamil Name, 83 anos, e Jamil Name Filho, 42 anos, são alvos de novos mandados de prisão preventiva.

Benevides Cândido, que foi preso na “Operação Armagedom”, denominação da 3ª fase da “Operação Omertà” em 18 de junho deste ano, teria sido preso hoje. Ele estava em liberdade graças a habeas corpus concedido pela 2ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

A Operação Snow Ball colhe provas da suposta extorsão contra o empresário José Carlos de Oliveira, que era dono da casa onde foi encontrado o arsenal de guerra em poder do guarda municipal Marcelo Rios. O imóvel estava em nome de Jamil Name.

Em depoimento à Polícia Civil no ano passado, ele contou que perdeu tudo e foi obrigado a deixar o Estado após fazer negócios com Jamil Name Filho. Ele o teria forçado a entregar a casa mediante chantagem. Um dos intermediários no encontro teria sido Santana, que cumpre o primeiro mandato de vereador.

Em vídeo, o empresário afirmou que perdeu R$ 3,9 milhões, patrimônio construído ao longo de quatro décadas, para os supostos chefes do grupo de extermínio. “Fomos sucateados de corpo e alma, patrimonialmente, moralmente e emocionalmente”, contou José Carlos de Oliveira, bastante emocionado.

A casa do Monte Líbano teria sido vendida por R$ 850 mil. A situação do empresário é semelhante aos enredos de filmes de Hollywood. Ele acabou sendo obrigado a entregar tudo para Name após obter empréstimo de R$ 400 mil ao longo de dois anos. Ao virar alvo da investigação, Oliveira teve outro problema, não encontrava advogado disposto a defendê-lo, mesmo com os chefes da organização criminosa atrás das grades. Ele passou a ser representado pelo advogado Rhiad Abdulahad.