Natal, Ano Novo e agora Carnaval: Giroto e cia têm pedido negado e vão continuar na cadeia

Giroto e Amorim chegam ao presídio carregando colchões - Fotos: Marco Miatelo - Diário Digital

O ex-secretário estadual e ex-deputado federal Edson Giroto vai continuar na cadeia por mais algum tempo e, além de passar o Natal e o Ano Novo atrás das grades, parece que também continuará preso até o Carnaval. Isso porque falhou a estratégia de conseguir a revogação da prisão preventiva no recesso do STF (Supremo Tribunal Federal).

O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, negou a concessão de habeas corpus e, com a decisão, Giroto, além do empresário João Amorim e mais seis, presos na “Operação Lama Asfáltica”, vai completar oito meses na prisão já que estão encarcerados desde 8 de maio de 2018. Ele e o empresário são acusados de chefiar organização criminosa que teria causado prejuízo de R$ 432 milhões aos cofres estaduais.

Adepto da linha mais rigoroso com os acusados de corrupção, o ministro Alexandre de Moraes, relator da operação no STF, transformou-se em obstáculo para os poderosos investigados na Lama Asfáltica. Desde que teve a decretação da prisão preventiva, Giroto e Amorim aguardam o julgamento do mérito da reclamação da procuradora-geral da República Raquel Dodge pela 1ª Turma do STF.

No entanto, apesar dos constantes pedidos e apelos por liberdade, Moraes não voltou a analisar o pedido e vem protelando para pautar o julgamento. Os principais argumentos da defesa são de excesso do prazo da prisão preventiva, a falta de condenação, a morosidade da investigação por parte da Polícia Federal e da tramitação dos processos na Justiça e do fato dos réus terem bons antecedentes e residência fixa.

A esperança do ex-deputado e do empresário aumentou com a soltura do ex-governador André Puccinelli (MDB) na véspera do recesso do judiciário pela ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A defesa até anexou o despacho da magistrada, que considerou a organização criminosa desmantelada com a ofensiva da PF e do Ministério Público Federal.

Advogados elevaram as apostas na concessão do HC porque submeteram o pedido diretamente ao presidente do STF. Houve a esperança de que a soltura ocorreria na véspera do Natal. A liminar não veio e as festas de fim de ano de Giroto, Amorim, do cunhado, Flávio Henrique Garcia Scrocchio, e do amigo, o ex-deputado Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano, ocorreram na cela 17 do Centro de Triagem, sendo que a previsão agora é que nada mude antes do Carnaval.