Narcotraficante brasileiro e líder do PCC no Paraguai, Minotauro pega 40 anos de prisão

A 2ª Vara Federal de Ponta Porã condenou o narcotraficante brasileiro Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, mais conhecido como “Minotauro”, que era uma das lideranças da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) no Paraguai, a 40 anos e 9 meses de prisão, além de 2.224 dias-multas, pelos crimes de tráfico de drogas e por comandar o crime organizado na fronteira, falsidade ideológica e corrupção ativa e foi mantida a prisão preventiva pelo risco de fuga.

Além dele, também foram condenados a esposa Maria Alciris Cabral Jara e Emerson da Silva Lima, sendo que ele permanecerá no presídio em que está detida e só deve seguir para presídio federal em caso de fato novo que configure risco ou crime, enquanto ele foi sentenciado a cumprir 8 anos e 4 meses de reclusão, além de 291 dias-multas, e também teve a prisão preventiva mantida.

Segundo a denúncia feita pelo MPF (Ministério Público Federal), a organização criminosa comandada por Minotauro tinha sede em Ponta Porã (MS) e, com comprovação por indícios e provas, ficou evidente que o grupo tinha um grande esquema de tráfico internacional de drogas. Com isso, a partir de imagens obtidas pelos celulares apreendidos com o grupo, foi possível identificar como funcionava o esquema criminoso.

Além das planilhas com valores milionários da venda e compra da droga em outros países, alguns da Europa, por exemplo, também foram localizadas anotações com nomes e apelidos de integrantes do grupo. Então, foi apurado como funcionava o esquema que traficava a droga da Bolívia ao Paraguai, depois ao Brasil e assim ao exterior. Tudo era organizado de forma que a cocaína chegava a ser levada pelo ar, em aeronaves com pilotos contratados, e também por água, em contêineres com barris carregados com a droga.

Em uma das apurações feitas pelo MPF, foi identificada uma venda de 559 quilos de cocaína na Europa, que resultou em 14,663 milhões de euros. Para o MPF, restou apurado que a movimentação de caixa dos criminosos era multimilionária. Além disso, também foi apurado que o grupo agia com pagamento de propina para policiais. Também nas anotações eram contabilizados os controles de gastos com as viagens, pagamentos aos pilotos, fornecedores, aeronaves, pistas de pouso, entre outros.