Narcotraficante Barón Escurra é solto sob suspeita de suborno a juiz da região de fronteira seca com o Brasil

O juiz Leonjino Benítez Caballero, de Capitán Bado, cidade localizada no Departamento de Amambay, na região de fronteira seca com o Brasil, liberou, no último dia 2 de setembro, o poderoso narcotraficante Felipe “Barón” Escurra Rodríguez, 40 anos, capturado há um ano pelas autoridades paraguaias. Durante cinco anos, o criminoso manteve um plano de assassinato contra o correspondente do jornal ABC Color, localizado em Pedro Juan Caballero, capital do Departamento de Amambay.

De acordo com informações do submundo do tráfico de drogas de CapitánBado, a liberação do narcotraficante Felipe “Barón” Escurra Rodríguez só foi possível graças a fortes “incentivos” em dólares, isto é, compra de sentença. Essas mesmas fontes garantiram que “Barón” continuava coordenando, mesmo estando preso há um, o tráfico de drogas para o Brasil.

O juiz ignorou os relatórios das autoridades da Polícia brasileira de que o narcotraficante é um dos maiores fornecedores de maconha para o Brasil. Os agentes brasileiros do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) precisaram de muito tempo para descobrir a maneira como o narcotraficante paraguaio operava.

Segundo o Gaeco, “Barón” utilizava-se de contatos telefônicos com traficantes brasileiros que estão presos em Mato Grosso do Sul. Por meio de interceptações dessas conversas telefônicas, os agentes do Gaeco puderam descobrir a quantidade de embarques de drogas que o narcotraficante paraguaio fazia de Capitán Bado para o Brasil e as rotas que eram usadas pela organização internacional.

Apesar de toda essa informação fornecida pelas autoridades brasileiras, estranhamente, o juiz Leonjino Benítez Caballero declarou que não tinham evidências de que “Barón” era traficante de drogas e, portanto, seria impossível continuar a mantê-lo preso, concedendo lhe a liberdade. O Ministério Público, por sua vez, ficou surpreso com a liberação do narcotraficante paraguaio e o promotor adjunto Marco Alcaraz disse que nem o Tribunal de Justiça do Paraguai foi notificado da decisão do magistrado de conceder liberdade a “Barón”.