Muitas dúvidas ainda pairam no caso do PRF que matou empresário. Faltam várias respostas

Embora a Delegada Daniela Kades tenha concluído o inquérito policial sobre a morte do empresário Adriano Correia, que foi assassinado pelo policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon. Algumas questões sobre o crime ainda permanecem sem resposta.

Uma coisa era certa: Ricardo Su Moon atirou para matar. Então a conclusão de que se tratava de um homicídio doloso é irrelevante, afinal o próprio PRF reconheceu isso, embora tenha dito que havia atirado para se defender, existe uma confusão sobre os motivos que o levaram a fazer isso. Inicialmente queria se proteger de um atropelamento cometido por um motorista embriagado, depois para se defender de uma possível ação do PCC.

Como se vê, a questão principal, não foi respondida. Qual a real motivação que levou Ricardo Su Moon a atirar diretamente contra o empresário Adriano Correia, causando sua morte?

Outro ponto que ficou sem resposta é a análise da alegação de legítima defesa feita pelo acusado. Não foi esclarecido se a intensidade da ação dele estava dentro do que seria a medida necessária para conter a suposta eminente agressão injusta.

 

O fato que motivou a prisão preventiva de Ricardo Su Moon, consistente na medida artificiosa de se apresentar espontaneamente na delegacia, mesmo depois de supostamente ter recebido voz de prisão de policiais militares, também não foi esclarecido. Na delegacia ele estava completamente uniformizado, com as vestes tradicionais da PRF. Mas nas imagens e vídeos gravados no momento da ocorrência é possível ver Ricardo Su Moon usando uma camiseta listrada, que prejudicava sua identificação visual como policial rodoviário.

 

A delegada Daniela Kades não se dedicou a esse detalhe. Conforme declarou em coletiva de imprensa, caberá à Polícia Militar esmiuçar esse fato em um procedimento autônomo, embora o inquérito policial tocado por ela seja o procedimento base para que o Ministério Público ofereça a denúncia contra o PRF por homicídio. Vários pontos cruciais ainda permanecem incertos, e a ausência dessas respostas pode deixar a denúncia com menos consistência.