Militares da Força-Tarefa Conjunta entram em atrito com os comerciantes de pneus na fronteira

Em razão do fechamento da fronteira entre o Paraguai e Brasil devido à pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19), foi registrado, na tarde de ontem (7), um princípio de tumulto entre militares da FTC (Força-Tarefa Conjunta), do Paraguai, comerciantes de pneus e “turistas” brasileiros em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS).

Na confusão, os vendedores de pneus que foram proibidos pela patrulha da FTC de entregar pneus para compradores brasileiros na linha internacional que separa Pedro Juan Caballero e Ponta Porã discutiram com os militares e os acusaram de permitir a passagem de mercadorias mediante o pagamento de propina. Por sua vez, os membros da FTC asseguram que estavam apenas seguindo as ordens recebidas dos superiores.

A linha internacional entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã voltou a ser palco de um inconveniente entre comerciantes e militares responsáveis pela execução do decreto presidencial que prevê o fechamento da fronteira. Os vendedores tentaram levar o pedido de um cliente para o outro lado da linha de fronteira e foram surpreendidos pelos militares, que conseguiram impedir a entrega de coberturas, o que causou a reação dos comerciantes, que atropelaram o pessoal intermediário.

Os vendedores acusaram os militares de “coimear” para permitir a passagem de mercadorias. “Eles são implacáveis conosco, mas com quem paga são muito permissivos”, disse um dos fornecedores, que preferiu o anonimato. Por sua parte, o tenente-coronel do Exército Luis Apesteguía, porta-voz da FTC, explicou que a equipe tem ordem de não deixar passar e que está cumprindo. “Entendemos que o fechamento da fronteira afeta a população economicamente, mas são decisões políticas tomadas nessa área. Não temos influência nas decisões; nós apenas cumprimos as ordens”, disse.

Ele acrescentou que duas capas foram apreendidas como prova e que, uma vez documentado o procedimento, elas serão devolvidas ao proprietário. Cabe ressaltar que a Câmara de Comércio Pedro Juan Caballero propôs ao Governo a aprovação de um protocolo que permita a entrega de mercadorias na linha internacional, aprovada pelas autoridades sanitárias. No entanto, o pedido não prosperou devido a uma recusa do governo brasileiro.