Mesmo argolados na Coffee Break 11 vereadores denunciados vão tentar a reeleição. Dizer o quê?

vereadores-coffee-horzA Operação Coffee Break, capitaneada pelo MPE, pode ter sido um divisor de águas na política da Capital. Hoje, denunciada já na Justiça Estadual, está sob análise dos desembargadores.
Ela revelou um esquema montado entre políticos e empresários de Campo Grande para derrubar o atual prefeito
Alcides Bernal, que deixou o cargo em março de 2014 e voltou a assumir em agosto do ano passado.
Agora, como o processo é demorado e não deve ter seu veredicto ainda esse ano, 11 vereadores acusados de participação do esquema correm para conquistarem votos e permanecerem na Câmara Municipal acreditando ou no esquecimento do eleitor ou na morosidade dos desembargadores.

Os vereadores Flávio César, Edil Albuquerque, Edson Shimabukuro, Jamal Salém, Eduardo Romero, João Rocha, Otávio Trad, Paulo Siufi, Carlão, Chocolate e Gilmar da Cruz, todos envolvidos na Operação Coffe Break, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado),

 Eles ignoram o fato de estarem sendo investigados em esquema de cassação do prefeito Alcides Bernal em março de 2014. Afirmam ainda que a ação não os prejudicará durante a campanha, dizem que os fatos relacionados na denúncia não são verdadeiros.

 É brincadeira. Agora é esperar para ver se o eleitor também vai pensar assim.

 Confira a lista dos envolvidos e que são candidatos à reeleição:

 1.    Flávio César – vereador

2.    Edil Albuquerque – vereador

3.    Edson Shimabukuro – vereador

4.    Jamal Salém – vereador

5.    Eduardo Romero – vereador

6.    João Rocha – vereador

7.    Otávio Trad – vereador

8.    Paulo Siufi – vereador

9.    Gilmar da Cruz – vereador

10. Waldeci (Chocolate) – vereador

11. Carlos Borges (Carlão) – vereador

O ESQUEMA:

A primeira acusação é de associação criminosa. Os suspeitos seriam os responsáveis por criar e organizar todo o esquema: João Amorim, João Baird, Carlos Naegele, Gilmar Olarte, Mario Cesar, Flávio César, Airton Saraiva, Fábio Portela, Luiz Pedro Gomes Guimarães, Raimundo Nonato de Carvalho e dois nomes que até então não apareciam na lista, ex-prefeito Nelson Trad Filho e o ex-governador André Puccinelli.

Já a segunda acusação, de acordo com o Gaeco, é por corrupção ativa, contra aqueles que executavam o plano, fazendo o corpo a corpo com os vereadores oferecendo vantagens politicas e financeiras. São eles: João Amorim, João Baird, Gilmar Olarte, Mario Cesar, Flávio César, Airton Saraiva e Fábio Portela.

E tem ainda os acusados por corrupção passiva, que, segundo o relatório, são vereadores que solicitaram, receberam e aceitaram promessas de vantagens, como dinheiro e cargos públicos. São eles: Paulo Siufi, Edil Albuquerque, Edson Shimabukuro, Eduardo Romero, Jamal Salém, Otávio Trad, Gilmar da Cruz, Chocolate, Carlão, o atual presidente da Câmara João Rocha e o ex-vereador Alceu Bueno.

Interesse
Segundo o Gaeco, os interesses eram basicamente dinheiro e poder. O poder passa pela política. O grupo de André Puccinelli e Nelsinho Trad estava há 16 anos no poder. De repente, eles perderam o controle da capital sul-mato-grossense e fizeram de tudo para retomar. Só que havia muitos interesses. A investigação aponta que os empresários não queriam perder os contratos lucrativos com a prefeitura e os vereadores queriam influenciar na prefeitura conseguindo cargos para aliados e até pra eles mesmos. Já Gilmar Olarte queria ser prefeito a todo custo.

Os promotores do Gaeco estão convencidos que toda ação do grupo passava por André Puccinelli. Não há gravação telefônica ou documentos com assinatura do ex-governador. Entretanto, as conversas e mensagens de texto dos envolvidos indicam a participação dele nesse esquema de poder. Com infos. G1/MS